Charles d?Olengèr, Eleodóro Luiz ou dr. Adauto. Estes são nomes pelos quais responde o escritor, economista e advogado Carlos Adauto Vieira, lageano de nascimento, joinvilense de coração e hoje morador de São Francisco do Sul.

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Dr. Adauto, como é mais conhecido, acorda todos os dias às 5 horas. Na verdade, ele é acordado por Ritinha, a cadelinha de estimação. Todos os dias, os dois caminham pela praia de Itaguaçu, em São Francisco. Na volta, dr. Adauto toma chimarrão, esperando o jornal chegar, entre 6 e 7 horas.

Perto de completar 77 anos, é um dos mais antigos assinantes de “A Notícia”. Ele costuma brincar que é o mais antigo e vivo ao mesmo tempo. Dr. Adauto vive em São Francisco do Sul, onde é presidente da Academia de Letras e Artes da cidade. Está na ilha há oito anos, mas pelo menos uma vez por semana visita Joinville.

– Depois de 45 anos de história, não consegui me desvincular totalmente de Joinville – confessa.

Ele mora no hotel que pertence à mulher, com quem se casou há 13 anos.

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– Começamos a conversar e estamos conversando até hoje – conta o escritor, que ficou viúvo em 1997 da primeira mulher, com quem teve quatro filhos.

Algumas pessoas o procuram no hotel para receberem massagens e bênçãos reiki. O intelectual tem um lado zen – adotou princípios filosóficos budistas e também terapêuticos da medicina tradicional chinesa e hindu. Ele deixa claro que não cobra pela massagem.

Durante o dia, lê e responde às cartas e e-mails. Também recebe muitos livros, sempre com o pedido de que faça resenhas ou críticas. Ler é o passatempo predileto – pelo menos cinco livros por mês.

Não faz ideia de quantos títulos possui nas quatro bibliotecas que tem em casa e no escritório, em Joinville. Embora esteja afastado da advocacia há oito anos, o estudo ainda faz parte da rotina.

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Advogados novos e experientes o procuram para discutir e pedir conselhos. Além de ler bastante, dr. Adauto escreve muito – quase toda semana para o jornal. Tem quatro livros publicados: “Aos Domingos Crônicas”, “Europa sem Programa”, “Histórias Curtas” e “Saborosas Histórias Curtas do Charles d? Olengèr”.

Está preparando o quinto para este ano. Conquistou sete prêmios literários. Para ele, o mais gratificante foi o da Faculdade de Direito de Santa Catarina, que depois foi incorporada pela UFSC. O prêmio foi concedido pela crônica “O Velho Fontes”, sobre um professor que muito o impressionava, Henrique da Silva Fontes.

Adauto escolheu Joinville para viver e trabalhar logo depois de ser graduado bacharel em direito em 1956, pela UFSC. Viajou praticamente pelo mundo todo. Fala francês, espanhol, italiano, alemão e inglês. Apesar de tudo que já realizou, tem muitos planos. Ele diz que investiria mais no turismo de Joinville.

– A rua das Palmeiras deveria ter um fotógrafo, com uma máquina como se fosse aquelas antigas, para registrar os turistas em painéis com a imagem de um príncipe e uma princesa em que as pessoas colocam o rosto, com o museu ao fundo – sugere.

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Durante os 45 anos em que morou em Joinville, Adauto ocupou uma série de cargos. Entre eles, foi presidente do Conselho Municipal de Cultura durante quatro gestões, redator do estatuto da Fundação Cultural de Joinville, criou a Associação Joinvilense de Advogados e a subseção da Ordem dos Advogados do Brasil(OAB) em Joinville e a Escola Superior de Advocacia do Brasil.