O sujeito ser um bom profissional e, por tal motivo, ser bem pago, é regra desejável dentro do capitalismo. Agora, o sujeito receber US$ 120 mil mensais (cerca de R$ 240 mil), apresentar-se atrasado ao clube e ainda reclamar que está ganhando pouco ultrapassa qualquer limite. Falo de Edílson, que assim procedeu ao se reapresentar no Flamengo, ontem. Aí, porque o cara é craque – e isso é inegável – os dirigentes passam a mão na cabeça e deixam por isso mesmo. Criam, sem perceber, uma raça de “marrentos” que pululam pelo Brasil e prejudicam a união dos jogadores de futebol como classe. Têm cabeças de porongo. Geniais para a prática do futebol, nulas para a vida. Salve-se quem puder Como os jogadores não se unem e têm comportamento, em geral, como o de Edílson, acabam ficando à mercê de empresários inescrupulosos e dirigentes pouco confiáveis. Alguns, quando se dão conta, jamais recuperam a condição de exercer a cidadania. Quando saem para jogar no exterior, criam confusões por não serem apadrinhados e por ser cobrado, deles, profissionalismo exemplar, compatível com o salário que recebem. Salve-se quem souber Outra situação que se verifica é o medo dos clubes em anunciar contratações. O que antes era um trunfo, ou seja, divulgar o nome de um craque, hoje é escondido a sete chaves. Por quê? Simples, os empresários fazem leilão dos atletas, que se sujeitam, tornando o anúncio de um reforço uma verdadeira gincana. Avaí e Figueirense, pela rivalidade latente, descobriram isso há algum tempo e promovem uma constante guerra particular nos bastidores. Clássico? A necessidade de competir é saudável para Avaí e Figueirense. As vezes ultrapassa as medidas, mas está sempre latente. Mais uma vez teremos uma batalha particular entre os dois clubes. Estão marcados para o dia 13 dois jogos festivos na Capital. O Avaí encara o Inter, na Ressacada, e o Figueirense, o Caxias, no Orlando Scarpelli. É o reencontro das torcidas com os dois times. Duelo de torcidas O Avaí saiu na frente. Em pleno verão, o Inter garante mais seguidores que o Caxias na Capital. Tanto turistas, quanto a colônia gaúcha radicada. Serão duas torcidas para ver suas equipes, enquanto o alvinegro do Estreito terá que contar com a tradicional força de seu torcedor para equilibrar a competição. Desde já, teremos provocações e discussões para saber qual programação paralela será mais interessante. Retomada do poder O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, ligou para um amigo em Florianópolis e garantiu, ontem, que vai reassumir o Brasileiro integralmente e não mais vai se sujeitar às decisões do Clube dos 13. A fórmula da competição ainda é uma incógnita, o dirigente tende a recorrer a diversas deliberações feitas pela Fundação Getúlio Vargas. Por ironia do destino, Teixeira e Havelange, que estavam brigados, seguiram por caminhos opostos. Teixeira saiu por baixo e volta por cima e Havelange, com o fracasso da Copa que leva seu nome, teve o nome manchado à revelia. Descaminhos Desde a Copa João Havelange que o Avaí procura um centroavante. Às vésperas de começar o Estadual, segue esse drama. O técnico Roberto Cavalo não cansa de alertar para a necessidade da presença de um homem de área. Ano passado, chegou a encaminhar a vinda de Cristiano, do interior paulista. Mas a contratação não vingou. É difícil conciliar interesses paralelos às negociações. Vistorias Ontem foi expedido o auto de interdição do Estádio de São Januário. Outros estádios no país poderiam ser autuados caso houvesse um mínimo de rigor. O mesmo serve para SC. Excetuando a Ressacada, o Scarpelli e o Heriberto Hülse, todos os demais, incluindo o Ernestão e o Hercílio Luz, precisam de reparos urgentes para o Estadual.

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