Para celebrar o Mês da Consciência Negra, o Sesc Santa Catarina promove diferentes apresentações culturais em 25 cidades do Estado. O projeto Afrocultura inclui quatro atrações nacionais, incluindo o trio de MPB Os Gilsons, que se apresenta nesta quarta-feira no Sesc Prainha (20), em Florianópolis.
Continua depois da publicidade
Clique aqui para receber as notícias do NSC Total pelo Canal do WhatsApp
O trio formado por José Gil, Francisco Gil e João Gil, respectivamente filho e netos de Gilberto Gil, trazem para os palcos da capital catarinense o show “Pra Gente Acordar”. Eles contaram ao NSC Total e ao g1 SC a sua relação com a música nos últimos anos e tudo o que mudou em na carreira do grupo após a pandemia.
Os Gilsons passaram pelas cidades de Itajaí na segunda-feira (18) e por Joinville na terça-feira (19). A última apresentação chegou a reunir 4 mil pessoas.
Os Gilsons participaram do Jornal do Almoço nesta quarta
Continua depois da publicidade
Confira a entrevista com Os Gilsons
Vocês já fizeram outros shows aqui em Florianópolis. O que muda dos outros shows do ano passado, para essa data assim? O que vocês vão trazer de diferente nesse dia tão especial?
Francisco Gil: Hoje é a segunda ou terceira vez que estamos trazendo o “Para a gente acordar” para Florianópolis. E estamos em uma fase de encerramento desse projeto, então essa turnê aqui pelo Sul nos Sesc é o encerramento desse trabalho. Então tem novidades, tem canções novas que não apresentamos ainda aqui em Floripa. E hoje o show vai ser especial, porque tenho família aqui, então hoje minha avó estará aqui. E nesses últimos shows, muita gente que nunca tinha visto a gente e agora vão, então traz aquela sensação do início, quando a gente começou a rodar com esse show.
O que vocês acham que conecta tanto a música de vocês com Floripa?
José Gil: Temos um país muito miscigenado e muito diverso. Eu acho que se a gente for olhar para trás, todo mundo tem raízes com muitos toques de tambor, com muita dança e muito swing. O nosso som vem dessa fonte da diversidade da cultura negra, desses ritmos dançantes e a mistura de elementos como violão e elementos modernos da nossa geração. Acho que o nosso som combina com o nosso país, por isso.
O que vocês acham que mudou de 2018 para cá que ampliou tanto o alcance de vocês?
João Gil: Eu acho que a pandemia foi um grande marco, com todo mundo dentro das suas próprias suas próprias casas o público explorou mais as músicas. E nós como conjunto tivemos que achar outras formas de trabalhar,então nos encontramos com outros artistas e firmamos parceria logo no começo da pandemia. E carregamos isso até hoje, por exemplo, fechamos uma parceria recente com o Ferrugem, um artista de pagode com um ritmo mais descolado do que a gente permite essa conexão.
Continua depois da publicidade
José: Acho que depois da pandemia existia uma grande necessidade do público para consumir shows, consumir arte. Então teve o boom de festivais, que foram o que trouxeram a gente, por exemplo, todas as vezes para Floripa. Essa é a primeira vez que estamos aqui em um contexto de show solo.
Vocês acham que o brasileiro está mais interessado em música brasileira do que estava há cinco ou seis anos?
Francisco: A gente tem visto um crescimento e um retrato disso no meio musical. Temos muito festival ganhando notoridade através de lineups com somente artistas brasileiros. Isso permite uma conexão com diferentes artistas, inclusive que éramos muito fãs, desde artistas mais antigos até artistas dessa geração são referências para gente. Então é uma realidade muito incrível que fortalece o cenário, não só para artistas, mas para o público também.
Vocês fazem parte da leva de artistas que fizeram o público voltar a ouvir música popular brasileira, tanto atual quanto antiga. Como é para vocês ser essa conexão entre passado e presente?
Continua depois da publicidade
Francisco: É um pouco dos nossos conceitos de sonoridade. Foi algo que se deu naturalmente, a gente já tem na nossa musicalidade, na nossa forma de tocar e de se expressar. Nossa música já traz algumas referências da ancestralidade. Ela fala muito alto. E na hora de chegar no estúdio, usamos dessas A gente referências.
Afrocultura
Nesta semana, o Sesc Santa Catarina ainda traz outras apresentações nacionais para celebrar o Mês da Consciência Negra. Confira a lista:
Leci Brandão
Aos 88 anos, a cantora e compositora Leci Brandão, realizará uma apresentação única em Florianópolis na quinta-feira (21), às 20h no ginásio do Sesc Prainha. Ela é uma das mais importantes intérpretes de samba e da música popular brasileira.
Sandra de Sá
Dona de uma personalidade marcante e um timbre de voz singular, a cantora e compositora carioca Sandra de Sá se apresenta em Lages nesta quarta-feira (20), às 20h, no Teatro da Pousada Rural Sesc Lages, em Laguna no Cine Teatro Mussi, na sexta-feira (22), às 20h, e no sábado (23) em Florianópolis, às 20h, no Ginásio do Sesc Prainha. Ela traz aos palcos canções que se tornaram verdadeiros hits da música.
Continua depois da publicidade
Entre elas
O grupo feminino de samba e pagode de Florianópolis formado por Gi Guedes, Jéssica Antunes e Manoela Pires, se apresenta em Florianópolis na sexta (22), no Sesc Prainha.
Leia também
Consciência Negra: pássaro Sankofa resgata o passado para fortalecer raízes e moldar o futuro
“Nossa força”: Duas exposições para visitar em Florianópolis no Dia da Consciência Negra
Memória, samba e futebol: Joinville celebra Dia da Consciência Negra com cultura e resistência