A colonização alemã em Santa Catarina está na arquitetura, na comida e em algumas tradições. Mas além de preservar o que os imigrantes trouxeram há mais de 180 anos, descendentes e novos imigrantes seguem buscando inspiração na Alemanha de hoje. O arquiteto blumenauense Bruno Werner Metzler Filho, bisneto de imigrantes, fez estágio em Berlim e traça comparações. Além da educação, que coloca os alemães sempre na frente, ele cita o trabalho de planejamento das cidades:

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_ Lá, tudo é discutido em detalhes, pensado e planejado com argumentos técnicos. Aqui, ainda dependemos muito da política e do governo, que são muito atrasados.

A empresa de Metzler faz hoje parceria com um escritório de arquitetura de Berlim _ ambos trocam experiências e know-how para projetos. O arquiteto vê na nova arquitetura da Alemanha, com prédios modernos e de alta tecnologia, uma inspiração.

O chef alemão Heiko Grabolle, em Santa Catarina há 10 anos, não critica a manutenção das tradições _ até porque foi isso que o fez reconhecer o país natal em Blumenau _ mas acredita na necessidade de renovação. Responsável pelo restaurante-escola do Senac de Blumenau, Heiko quer introduzir aos poucos pratos alemães contemporâneos:

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_ O que temos na cozinha blumenauense são pratos típicos antigos. Na Alemanha, ainda se usa muita carne de porco, por exemplo, mas com cortes diferentes e novas formas de preparo _ conta Grabolle.

O tenor Marcos Liesenberg, da quinta geração de imigrantes, valoriza a preservação das raízes e da história. Mas lembra que vanguardismo da Alemanha também precisa ser exercitado.

_ O Brasil tem que mostrar lá fora o que é bom, de qualidade, mostrar que há vários brasis dentro de um só país. E Blumenau também, principalmente se conseguir fazer isto de forma séria e comprometida, como todo alemão _ destaca Liesenberg, que atuou quatro anos em uma companhia de teatro alemã.

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