Hoje em dia, qualquer equipe, mesmo aquela que não tenha a mínima chance, joga num modelo parecido com aquele do seu adversário. Ou seja, evoluímos para uma metodologia de futebol em que os pontos importantes, decisivos, são marcação, velocidade, intensidade e chegada. Isso é básico, e todas as equipes buscam exercitar esses princípios. Escolham-se os jogadores que atendam a essas exigências e é possível fazer uma seleção minimamente forte. Todas as seleções que estarão na Copa do Brasil são bem organizadas.
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Isso poderia induzir à ideia de que baniram-se os craques, mas é justamente o oposto: um ou outro jogador, pela sua grande afirmação pessoal, poderá ser a surpresa, poderá ser decisivo em um ambiente taticamente nivelado. O craque teria a função e o talento de operar uma intervenção criativa em meio a um método rigoroso de trabalho. Neymar é um exemplo, para não citar Messi, Cristiano Ronaldo ou Ribéry, que as outras seleções também contam com seus craques. Neymar não é apenas um jogador. A cada instante, ele é uma jogada, um acontecimento; e isso pode desequilibrar eventualmente esses sistemas rígidos, seguros, bem-feitos, competentes. É um jogador que escapa ao controle. Ele e outros craques têm o dom de fazer acontecer.