Sem água e energia, turistas adiantaram a despedida, equipamentos eletrônicos queimaram e produtos estragaram. Ou seja, o comércio acumulou prejuízos na temporada passada. Foi isso que revelou uma pesquisa realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Santa Catarina (Fecomércio-SC) em meados de janeiro deste ano, logo após o auge do colapso do desabastecimento da última temporada. O vice-presidente de Turismo da entidade, Fernando Willrich, coordenou o levantamento e, ainda no primeiro semestre, aconselhou pequenos e médios empresários da região a investir em reservatórios e energia auxiliar.

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Diário Catarinense – Como foi realizada a pesquisa feita pela Fecomércio-SC?

Fernando Willrich – Fizemos uma pesquisa com setor empresarial do ramo turístico da região Norte da Ilha e central de Balneário Camboriú. Foram entrevistados 340 proprietários de hoteis, bares e restaurantes e logicamente eles apontaram a falta de água e luz como os dois principais entraves para o desenvolvimento do turismo.

DC – Quais setores foram mais atingidos pelo desabastecimento?

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Willrich – O comércio que trabalha com estoque de alimentos teve problemas com a falta de energia, e o setor hoteleiro foi um dos mais prejudicados pelo desabastecimento de água. Os resultados mostraram que 15% dos turistas do Norte da Ilha fizeram check out antes do previsto. Empresários do ramo imobiliário também sofreram bastante, pois muitos clientes devolveram a chave de imóveis onde não havia água e luz. Isso ocorreu justamente no final do ano, quando a diária de algumas casas passa de R$ 1 mil.

DC – Após todos esses problemas da última temporada, como o comerciante local se preparou para o verão?

Willrich – O consumo médio da nossa cidade não tem problema, mas na alta temporada é diferente. Há uma orientação da Fecomércio-SC para que os empresários façam investimentos de ampliação de reservatórios e sistemas autônomos de energia. Acreditamos que isso faz parte do papel do empresário.

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DC – Há algum cálculo do prejuízo nos bairros mais afetados, como Canasveiras?

Willrich – Em valores, não, mas a pesquisa mostra o percentual de pessoas que reclamaram. Por exemplo, em Florianópolis, 50% dos entrevistados disseram que tiveram prejuízo por causa da falta de água e luz.