No começo foi tudo só alegria e novidade. O Taiti chegou a Belo Horizonte com camisas a Havaianas, vermelho-chamativas com flores brancas, sorriso farto e atendendo à mídia com ar de deslumbramento.
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Mas este comportamento não combina com o protocolo Fifa, o jeito pasteurizado da mãe do futebol não aceita informalidade.
Aos poucos os taitianos se viram cercados de normas e sua espontaneidade foi enquadrada no modo “correto” by Fifa de se portar numa competição internacional.
Tanto que a facilidade encontrada para falar no aeroporto com os atletas acabou, o luxuoso hotel Ouro Minas virou um cerco aos “amadores” do Taiti.
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Como nada é perfeito, a reportagem conseguiu, neste domingo pela manhã, passar pelas dezenas de “homens de preto”, mais a outra dezena de policiais, mais o staff da Fifa, que designou um assessor de imprensa brasileiro para “coordenar” os taitianos, e circulou livremente no hotel.
Até um encontro fortuito com o goleiro Michael Roche ocorreu enquanto este conversava com funcionários no balcão de entrada.
– Desculpe, não posso mais falar, só em coletivas – lamentou com ar envergonhado. Segundos depois, os seguranças convidaram a reportagem a se retirar.
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Na coletiva, o único profissional taitiano mostrou estar craque em respostas prontas e treinado para declarações protocolares. O discurso sobre divertir-se jogando bola, que foi a base da conversa desde que chegaram, mudou.
– Não viemos aqui para sermos ridículos, vamos jogar futebol – declarou.
Aquele Taiti não é mais aqui. A seriedade cobrou o preço da seleção mais ingênua da Copa.