Reaberto após uma década, o Museu Casa Fritz Alt resgata o acervo de arte, expõe a intimidade pessoal e profissional do artista plástico, e volta a ser uma opção de lazer para moradores e turistas de Joinville. A sede foi parcialmente fechada em março de 2010 depois de uma forte chuva danificar o telhado da edificação. 

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A “recepção” do museu começa antes da casa. A arte não está só nos monumentos e pinturas. Com vida paralela, o jardim, com gramado, bancos e obras do artista tem uma vista privilegiada para a cidade, sendo usado para piquenique, ensaios de maracatu, yoga e atividades físicas, por exemplo. 

Na casa, o tour inicia pela varanda da residência com uma painel “instagramável”, decorado com uma foto de Fritz Alt e sua neta. Em meados da década de 1940, em parceria com o arquiteto e amigo Paul Helmuth Keller, Fritz Alt projetou sua casa-ateliê com traços modernistas, olhares tradicionais e traços da maçonaria, como losangos nas portas, o piso da varanda, formatos de janelas e pedras talhadas com símbolos semióticos maçons. 

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No espaço interno, a primeira sala mostra uma linha do tempo da trajetória pessoal e profissional de Fritz Alt, incluindo a chegada dele em Joinville, quando serviu o Exército e a morte, incluindo a bicicleta com que ele se acidentou na Praça da Bandeira. Nesse cômodo, todas as obras podem ser tocadas. 

Em seguida vem o banheiro, que é mantido com formato e peças originais, incluindo banheira, chuveiro, azulejos coloridos. Conforme Angela Peyerl, coordenadora do museu, este é o cômodo “queridinho” dos visitantes. A coordenação complementou o local com decorações que remetem a época, como roupas, sabonetes e cremes de barbear. 

— A casa é uma biografia do Fritz Alt, mas o banheiro tem os traços da esposa Léa. Colocar o lado feminino na casa — explica Angela. 

Um dos cômodos busca destacar a “poética” de Fritz Alt, com as maquetes dos monumentos mais famosos do artista, incluindo a dos imigrantes que está na Praça da Bandeira e o busto de Dona Francisca, fixado na Rua das Palmeiras. A sala ainda tem desenhos em aquarela, o gesso da obra “Friorento” e máscaras que simbolizam “Vida e Morte”, um indígena e o pianista polonês Chopin, admirado por Fritz. 

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O ateliê, com dois andares, também é um dos destaques do museu. O de baixo é onde acontecia a produção. O espaço concentra o molde do busto de Getúlio Vargas e outras esculturas, incluindo “Eva Eterna”. Além dos materiais de trabalho, palheta com tintas em aquarela, um granito com diferentes espessuras e a escultura de “Pietá”, que chama a atenção pelo tamanho. Todo o passeio é acompanhado por músicas clássicas. 

Já o andar de cima é a parte criativa, com uma grande janela com vista para árvores e natureza. A mesa do artista ainda é ocupada por cadernos com colagens para inspirações, cartas e correspondências. Os visitantes ainda podem provar uma cópia do tamanco por Fritz Alt. 

O Museu Casa Fritz Alt fica localizado no começo da Rua Aubé, no bairro Boa Vista, e funciona de terça-feira a domingo, das 10h às 16h, com visitação é gratuita. O jardim, porém, funciona até às 18h. Há planos para mantê-lo aberto até às 20h, principalmente em dias de sol.

Fritz Alt: Importante artista alemão e “joinvilense”

Fritz Alt nasceu na Alemanha, em 1902. Por questões geopolíticas, migrou do país europeu ainda jovem, chegando ao Brasil em 1922. Fixou residência em Joinville depois de ter passado pelo Rio de Janeiro e São Francisco do Sul.

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No município, passou a atuar como artista plástico. As obras podem ser vistas no Monumento ao Imigrante, que fica na Praça da Bandeira, no busto da Dona Francisca, na Rua das Palmeiras, e no mosaico da entrada da Biblioteca Pública Rolf Colin, além de outros lugares da cidade.

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