O próximo primeiro-ministro britânico terá quatro grandes desafios durante seu mandato.
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. Sair ileso das negociações com a UE
Em 19 de junho, o Reino Unido e a UE têm previsto iniciar dois anos de negociações de divórcio com a União Europeia, um calendário que poderá ser alterado caso haja negociações entre os partidos para a formação do novo governo britânico.
Em qualquer caso, para Londres é importante negociar o divórcio ao mesmo tempo que o acordo de livre comércio, para tê-lo pronto quando abandonar a UE, evitando que as empresas britânicas percam, da noite para o dia, a possibilidade de comercializar sem barreiras com o principal destino de suas exportações.
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Mas os sócios europeus avaliam que isto será impossível no prazo de dois anos. A questão comercial e o destino dos três milhões de europeus que vivem em um Reino Unido ansioso por limitar a imigração são as grandes questões que se perfilam no horizonte.
. Salvar a unidade do Reino Unido
Os separatistas do SNP (Partido Nacional Escocês) querem realizar um segundo referendo de independência, alegando que os escoceses votaram pela permanência na UE.
A Irlanda do Norte também votou a favor da permanência, e o retorno dos controles de fronteira com a República da Irlanda, Estado membro da UE, ameaça empobrecer a economia da província, levantar de novo o muro com o vizinho do sul e agitar os demônios do conflito entre católicos republicanos, leais a Dublin, e protestantes, leais a Londres. Os Acordos de Paz de 1998 preveem a possibilidade de um referendo de adesão à Irlanda, algo que hoje não parece tão remoto.
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. Evitar novos atentados
Três atentados nos últimos três meses, com 35 mortos no total, após 12 anos sem qualquer ataque, colocaram a segurança novamente em primeiro plano.
A campanha de Theresa May se viu prejudicada pelos cortes no orçamento de segurança que ela – como ministra do Interior – adotou entre 2000 e 2006.
Muitas vozes defendem mais verbas para a segurança e denunciam que os autores dos ataques eram conhecidos por suas atividades suspeitas.
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A medida em que o grupo Estado Islâmico perde terreno na Síria e no Iraque, mais jihadistas britânicos regressam ao país, aumentando a pressão sobre as forças de segurança.
. Combater as ameaças à economia
A inflação britânica atingiu em abril seu nível mais alto em quase quatro anos, com 2,7%, devido em parte à elevação dos preços dos artigos importados diante da desvalorização da libra.
Espera-se para 2017 uma inflação de 3,0%, que combinada a um fraco crescimento salarial se traduz em menos dinheiro no bolso dos eleitores.
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Desde que os britânicos votaram a favor da saída da União Europeia, em 23 de junho de 2016, a libra já perdeu 15% de seu valor em relação ao dólar e ao euro.
As previsões mais recentes apontam para uma redução do crescimento a medida em que o país negocia sua saída da União Europeia, entre junho de 2017 e junho de 2019.
O crescimento do produto interno bruto (PIB) se situou em 0,2% nos primeiros três meses de 2017, em relação ao último trimestre do ano passado, sendo o avanço trimestral mais fraco em doze meses, e após o sólido crescimento de 0,7% no último trimestre de 2016.
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O ministro das Finanças prevê uma expansão de 1,7% em 2017, e de 1,4% em 2018, o que supõe uma desaceleração em relação à alta de 1,8% em 2016.
* AFP