Os botos são um cartão-postal da cidade de Laguna, no Litoral Sul de Santa Catarina. São aproximadamente 50 animais que vivem na região da Lagoa Santo Antônio. Conhecidos pela inteligência, alguns destes seres aquáticos que podem passar dos 3,5 metros de comprimento e 300 quilos, auxiliam diretamente na pesca no município.
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O município de mais de 42 mil habitantes é considerado a Capital Nacional do Boto Pescador, por meio da Lei 13.818/2016. Essa denominação se tem pelo fato de ao menos 22 destes cetáceos que vivem no local ajudam os pescadores. Essa prática recebeu recentemente o certificado de registro de patrimônio cultural imaterial de Santa Catarina.
Os animais circulam no canal dos molhes, que liga a lagoa ao mar aberto, em busca de peixes para se alimentar, principalmente a tainha. Eles costumam cercar os cardumes, levando-os na direção dos pescadores, que jogam suas redes de três metros de diâmetro, conhecidas como tarrafas. Após isso, os cetáceos entram embaixo da água e abocanham os peixes que escapam.
De acordo com a secretária de Turismo do município, Bárbara Andreadis, a pesca cooperativa atrai inúmeros visitantes.
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— Recebemos turistas do mundo inteiro que vem apenas para assistir essa pesca que é única. Também recebemos biólogos de vários lugares que vem à nossa cidade somente para estudar os botos. O Boto pescador pertence ao patrimônio cultural do município — conta a secretária de turismo.
Veja imagens dos botos pescadores
Onde e quando vê-los
Os botos apesar de frequentarem o canal de Laguna, não são presos ao local, podendo adentrar ao mar aberto. No entanto, eles são considerados residentes, principalmente quando o local está para peixe. Há relatos de que os pescadores artesanais do município possuem uma proximidade tão grande que dão até nomes para alguns deles.
A pesca de tainha na cidade ocorre durante do o ano, mas a alta temporada é entre os meses de maio e junho. Os golfinhos hora ou outra são avistados em bando, pois são considerados gregários, e em conjunto fazem malabarismos e espécies de brincadeiras que chamam a atenção.
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Cemitério de botos
Conhecido como um “cemitério” de botos pescadores, o memorial é um espaço que foi criado por moradores como protesto às mortes destes seres. Não existem de fato animais enterrados no local.
As principais causas de morte são a poluição da lagoa, além de emalhe para pescar corvina e bagre. Existe também um Plano de Ação Estadual para a conservação que foi elaborado pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA), junto a outras instituições, que foi publicado pela Portaria N° 214/2019.
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