Em 6 de outubro de 2024, milhares de brasileiros irão escolher seus novos prefeitos e vereadores. Nesse cenário, a desinformação nas eleições — informação propositalmente errônea, mentirosa e impulsionada por medos —, ganha força e pode prejudicar o processo democrático. Os tipos de desinformação podem ser classificados em sete grandes categorias e, nelas, há quatro assuntos usados com mais frequência.

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Continue a leitura para entender as sete categorias e quais são os assuntos mais usados para gerar desinformação nas eleições. Confira também como combatê-las durante o período eleitoral.

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Os assuntos mais usados para gerar desinformação nas eleições

1. Fraudes nas urnas

Nas eleições de 2022, o discurso de que as urnas não eram seguras e poderiam manipular a contagem de votos se espalhou rapidamente. Algumas desinformações alegavam que votos foram computados pelas máquinas antes do início da votação. 

À época, circulou um vídeo em que uma mulher afirmava que o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, admitiu uma suposta fraude nas eleições. A afirmação foi desmentida pelo TSE

Outra alegação, negada pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, é de que hackers poderiam invadir o sistema das urnas e mudar os votos. Em períodos eleitorais, desinformações como essa voltam à tona e prejudicam o processo. 

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2. Descredibilização de candidatos e oponentes

A popularização de ferramentas com Inteligência Artificial (IA) é um dos maiores desafios nas eleições de 2024. Por isso, o tema é tratado com frequência pelo TSE. Com apenas alguns comandos, esses sistemas são capazes de gerar imagens falsas, muito parecidas com a realidade.

Esses conteúdos são fabricados ou manipulados para difundir informações inverídicas ou fora do contexto original. Seja para descredibilizar candidados, oponentes ou, até mesmo, o próprio processo eleitoral. Com isso, esse tipo de desinformação pode causar sérios danos à integridade das eleições.

Para evitar problemas como esses, o TSE alterou a Resolução nº 23.610/2019, que trata da propaganda eleitoral. Entre as mudanças está a proibição de deepfakes e a obrigação de aviso sobre o uso de IA na propaganda eleitoral. 

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3. Declarações falsas de candidatos

 A desinformação pode ser utilizada para prejudicar um candidato que está disputando um cargo nas eleições. Além de fotos manipuladas, falas podem ser fabricadas ou tiradas de contexto, dando um novo sentido ao que foi dito. 

As deepfakes, conteúdos em áudio ou vídeo manipulados por IA, são exemplos disso. Com a proibição do TSE, o candidato que utilizar deepfake poderá ter o registro ou o mandato cassado, com apuração das responsabilidades conforme disposto no Código Eleitoral.

4. Intimidação de eleitores

Outra forma de desinformação pode ser feita por meio de mensagens. Na campanha eleitoral de 2018 nos Estados Unidos, eleitores ausentes em Indiana receberam mensagens falsas, supostamente evitadas pelo então presidente Donald Trump, informando que seus votos não teriam sido computados. 

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As mensagens ainda incluíam um link para um site do Comitê Nacional Republicano. No endereço, era solicitado que os usuários informassem nomes, endereços e números de telefone, além de informações sobre seus locais de votação. 

Os 7 tipos de desinformação

Apesar desses quatro temas serem os mais recorrentes, podemos classificar a desiformação em sete grandes temas. Conforme o relatório “Information Disorder”, ou “Desordem da informação” (em tradução literal), escrito por Claire Wardle e Hossein Derakhashan, o termo “fake news” não é o mais apropriado para lidar com ruídos de informação e pode ser substituído por “desinformação”, que consegue englobar diversos tipos de ruídos. Os autores classificam 7 tipos de desinformação:

  • Sátira: Propositalmente mentiroso, mas com o objetivo de satirizar um assunto. Exemplo: Site Sensacionalista;
  • Falsa conexão: Uma texto ou foto pode induzir a uma falsa conexão oposta ao conteúdo completo. Pode ser mais comum em manchetes de jornais e portais;
  • Conteúdo enganoso: Algo construído para aparentar outra coisa. Exemplo: um gráfico em que os eixos estão dispostos de forma a enganar a leitura e geram uma percepção diferente sobre a informação;
  • Conteúdo falso: Conteúdo propositalmente falso. Como associar uma foto com uma legenda que não condiz com o que foi fotografado;
  • Conteúdo manipulado: A edição de foto, vídeo, áudio para atingir um objetivo ideológico. Um dos tipos de desinformação mais utilizado durante eleições, seja para tentar colocar em dúvida o processo eleitoral ou a credibilidade de candidatos;
  • Conteúdo impostor: Consiste na apropriação de logos de instituições para disseminar uma informação falsa;
  • Conteúdo fabricado: Com uso de inteligência artificial, é a criação texto, foto, vídeo ou áudio com informações falsas, enganosas para convencer o receptor. Geralmente, é feita para atingir massas, com uso de redes sociais e conteúdo viral.

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Como identificar uma desinformação

Com o volume de informações circulando na internet, nem sempre é fácil identificar o que é verdadeiro e o que foi manipulado. Alguns sinais ajudam a verificar o que pode indicar desinformação. Indícios de desinformação, segundo o TSE:

  1. Título chamativo, sensacionalista ou bombástico;
  2. Erros ortográficos ou gramaticais;
  3. Textos claramente opinativos tratados como se fossem notícia;
  4. Notícia publicada em sites ou canais desconhecidos;
  5. Uso de URL falsa parecida com site verdadeiro e conhecido;
  6. Notícia antiga compartilhada como se fosse atual. 

Como combater a desinformação

Uma das formas mais eficientes de combater a desinformação é por meio de denúncia. Quando a notícia falsa tem relação com as eleições, é possível denunciá-la no site do TSE. Outra dica importante é: se ficou na dúvida, o melhor é não compartilhar. Saiba o que denunciar:

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  • Desinformação;
  • Discurso violento ou odioso;
  • Disparo em massa;
  • Grave perturbação do ambiente democrático;
  • Indício de comportamento inautêntico;
  • Vazamento de dados/incidente cibernético.

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