No subconsciente do pop, Seattle era apenas a terra natal de Jimi Hendrix quando o furacão grunge varreu o mundo no início da década de 1990. Encabeçado pelo Nirvana, o estouro do estilo musical associado à chuvosa cidade do noroeste dos Estados Unidos deflagrou uma corrida em busca da próxima sensação vinda de lá. Nesse movimento, o mundo acabou desenterrando o Temple of the Dog, que precisou gravar apenas um disco para se colocar entre os maiores daquela cena.
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Para regozijo dos saudosistas e deleite da juventude interessada, os 25 anos do lançamento da autointitulada estreia da banda não passaram em branco. O álbum ganhou nova edição, acrescida de demos e takes alternativos, e seus integrantes se reuniram para uma série de shows, todos já com os ingressos esgotados. Hoje é fácil chamá-lo de supergrupo devido à fama de seus integrantes, egressos do Soundgarden e do Pearl Jam. Mas, na época, não passava de uma singela forma de homenagear um amigo morto por overdose de heroína.
O falecido era Andrew Wood, vocalista do Mother Love Bone – uma das matrizes do “som de Seattle” -, que havia sucumbido à droga em 1990. Precedido pelo single Hunger Strike, o trabalho mesclava baladas na voz pungente de Chris Cornell (Call Me a Dog, Times of Trouble, Say Hello 2 Heaven) com peso setentista sem prazo de validade (Pushin’ Forward Back, Your Savior). Enfim, um discaço-aço-aço. Não espere mais 25 anos para conhecê-lo ou ouvi-lo outra vez.
O noise nosso de cada dia
A véspera de feriado abre uma minitemporada intensa para as hostes roqueiras de Florianópolis. Hoje, a Célula recebe o finlandês The Vintage Caravan para o Abraxas Fest, convescote metálico-lisérgico que também conta com a alegreportense Cattarse e a brusquense Ruínas de Sade. E, a partir da próxima segunda, o já tradicional Floripa Noise espalha seu esplendor por diversos palcos da Capital. Até domingo, a programação do festival prevê shows de Orquestra Manancial da Alvorada, Mukeka di Rato, Walwerdes, Tom Bloch e Cochabambas, entre outras atrações recomendadas para toda a família. Mais detalhes – incluindo um insuspeito “churrasco do Zimmer” – aqui.
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LANÇAMENTOS
Pixies, Head Carrier – Faixa-título berrando no talo, Um Chagga Lagga em velocidade punk, Oona e Plaster of Paris brincando com o pop, All I Think About Now evocando o hit Where’s My Mind: que bênção Frank Black e cia recusarem-se a envelhecer. Como uma amiga disse sobre o grupo, “é sempre bom”.
Douglas Germano, Golpe de Vista – O segundo disco do sambista paulistano não se compromete com nenhuma bandeira que não a celebração do próprio estilo. Na malandragem torta feita de caixa de fósforo, percussão e violão, não tem como não se deixar levar por Maria de Vila Matilde ou Guia Cruzada.
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