Mais de 50 mil manifestantes caminharam rumo ao Mineirão, nesta quarta, mas, ao contrário de outros 60 mil que vibraram no estádio, estes não tinham ingressos para Brasil x Uruguai. A maioria pacífica, contudo, teve a voz abafada, novamente, pela violência.

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A atenção do mundo veio pelo caminho do confronto. O protesto reeditou as cenas dos dois episódios violentos nos jogos anteriores, desta vez potencializado por um cenário de guerra. A ação de vândalos levou a novos confrontos com a Polícia Militar em toda a região da Pampulha.

Ao final, Brasil 2 a 1 Uruguai dentro do estádio, Povo 0 a 10 Vândalos fora dele, e um alerta máximo para a final de domingo, no Maracanã. Este o recado a curto prazo e, a longo prazo, um questionamento que a Fifa e governo brasileiro terão de responder: se podem garantir a final da Copa das Confederações e até mesmo o Mundial no país.

No trajeto de 10 quilômetros, que a reportagem trilhou junto aos manifestantes, desde a Praça Sete até o Mineirão, durante três horas houve paz. Porém, a aproximação do perímetro Fifa trouxe novamente o clima bélico.

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Chegara a hora de retirar a máscara de gás adquirida para cobrir um cenário de guerra de dentro da mochila e participar, junto ao repórter fotográfico Lauro Alves, de uma inédita transmissão ao vivo do evento.

Táticas de guerrilha

A reportagem acompanhou o agrupamento dos manifestante que partiram para o confronto. Havia uma organização militar entre alguns manifestantes. Estes se dividiram da massa que caminhava e, em grupos, rumaram para zonas diferentes do Mineirão. Já com máscaras de gás e os rostos tapados.

Na entrada principal, enquanto mascarados atiravam pedras e bombas na PM, outro grupo invadiu ruas vicinais.

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No caminho, atearam fogo em uma concessionária Kia. Destruíram carros e confrontaram as forças policiais.

A batalha durou mais de 2 horas, até que a tropa de choque e a cavalaria conseguisse evacuar a área e liberar a avenida Antônio Carlos, principal via de acesso ao Mineirão.

A PM ainda não divulgou o balanço de feridos. Um deles, Douglas Henrique de Oliveira, de 21 anos, caiu de um viaduto e foi conduzido em estado grave ao Hospital de Pronto Socorro.

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