Não foi um ano de obras-primas inesquecíveis, mas diversos ótimos filmes – alguns polêmicos, adorados por uns, desprezados por outros – estrearam por aqui em 2011. Exemplos de títulos contraditórios porém consagrados pela crítica internacional são o norte-americano A Árvore da Vida e o tailandês Tio Boonmee, que Pode Recordar suas Vidas Passadas. São os dois últimos vencedores do Festival de Cannes, que também premiou o sul-coreano Poesia, o franco-belga O Garoto da Bicicleta e o primeiro longa que Abbas Kiarostami realizou fora do Irã, Cópia Fiel – todos destaques da temporada nos cinemas da Capital, sendo que o último permaneceu sete meses em cartaz em Porto Alegre e é um dos mais fortes candidatos a filme do ano.
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Numa temporada em que despontaram os títulos de realizadores da novíssima geração nacional, houve brasileiros de destaque – como O Céu sobre os Ombros, do estreante Sérgio Borges, e O Palhaço, dirigido pelo ator Selton Mello. Da Argentina vieram os bons filmes de sempre, entre eles o fenômeno de bilheteria – em Porto Alegre e no país vizinho – Um Conto Chinês, com Ricardo Darín.
Reparou que a lista ao lado desprezou o vencedor do Oscar O Discurso do Rei e, além disso, praticamente não tem longas que estiveram no maior prêmio da indústria de Hollywood? Antes de boa parte deles, incluindo o próprio O Discurso do Rei, uma eleição de melhores do ano pode ter, por exemplo, um filme vindo das Filipinas (Lola), dois longas espanhóis (A Pele que Habito e Balada Triste de Trompeta) e dois dinamarqueses (Submarino e Melancolia).
Os 10 filmes de 2011
Cópia Fiel, de Abbas Kiarostami: enigma na Toscana.
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Poesia, de Lee Chang-dong: a transcendência do amor incondicional.
O Garoto da Bicicleta, dos irmãos Dardenne: poesia em estado bruto.
Tio Boonmee, de Apichatpong Weerasethakul: arte que leva a outro plano.
Um Lugar Qualquer, de Sofia Coppola: não basta ser pai, tem que participar.
Incêndios, de Dennis Villeneuve: a trágica herança da violência.
Meia-Noite em Paris, de Woody Allen: em que época você gostaria de ter vivido?
Um Conto Chinês, de Sebastián Borensztein: o Brasil, mais uma vez, se rendeu aos Argentinos.
A Árvore da Vida, de Terrence Malick: a vida em perspectiva.
Cisne Negro, de Darren Aronofsky: a arte e a vida na ponta dos pés.