A demissão dos médicos do Hospital Municipal São José acabou de ganhar mais um capítulo. Em coletiva de imprensa realizada pela Sociedade Joinvilense de Medicina, os ortopedistas que saíram do hospital deram sua versão e mostraram que tinham um acordo com a administração pública de permanecer no cargo, pelo menos, até segunda-feira.

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Segundo eles, os 14 médicos que pediram exoneração do local haviam tido uma reunião na quarta-feira, com a diretoria da Secretaria da Saúde e de lá, recebido a garantia de que não haveria nenhuma demissão até segunda. Udo Döhler diz desconhecer qualquer acordo.

Até a data, os ortopedistas esperavam receber melhores condições de trabalho, com garantia de novos equipamentos para o centro cirúrgico e de mais suprimentos para poder realizar a cirurgia. Mas antes disso, na tarde de quarta, a Prefeitura teria exonerado os médicos. Assim, eles enfatizam que a adoção do ponto eletrônico – medida que a Prefeitura sugere que gerou a demissão coletiva – não foi o problema e sim, a falta de melhores condições de trabalho.

– Nos sentimos traídos. Havíamos assinado um documento, feito sugestões e acontece isso. Foram combinadas coisas que não foram cumpridas – alega Valdir Steglich, presidente da Sociedade Joinvilense de Ortopedia.

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Além disso, segundo o presidente da Sociedade Joinvilense de Medicina, Thomas Andréas Huber, as exonerações dos 14 profissionais foram motivadas por problemas particulares de cada um dos ortopedistas e não teriam sido uma demissão coletiva. Além disso, ele negou que houve problema com o ponto eletrônico.

– Já tínhamos nos adequado ao ponto eletrônico. Não era esse o problema. Queremos trabalhar pelo melhor da saúde pública de Joinville. Não queremos o caos, queremos a ajuda para resolver os problemas – diz o médico.

Na quarta-feira, a Prefeitura de Joinville anunciou a exoneração de 14 médicos do Hospital São José. O motivo, segundo a Prefeitura, teria sido o fato de que foi implantado o ponto eletrônico no início de julho e os médicos não vinham batendo o ponto. Assim, a administração municipal tinha tomado a posição de que pagaria proporcionalmente apenas as horas registradas.

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O ponto eletrônico foi implantado por exigência do Ministério Público Federal e do Tribunal de Contas do Estado (TCE), após a descoberta de problemas como a existência de anestesistas sem vínculo formal com a unidade e auditoria em procedimentos.

No início de junho, a classe médica disse ver com bons olhos a medida e que o ponto eletrônico apenas tornava o controle da jornada mais técnico.