O Rock’n roll uniu gerações e tirou o Centro de Florianópolis do marasmo e do remanso em que imerge nos fins de semana com a inusitada Orquestra de Baterias. O evento reuniu no Largo da Catedral 95 bateristas da Grande Florianópolis na tarde de domingo para uma hora e meia de clássicos do rock. Os prédios do entorno, que de segunda a sábado reverberam ruídos de carros e buzinas e aos domingos guardam um silêncio sepulcral, ecoaram muito, mas muito barulho de músicos profissionais e bateristas mirins, alguns de apenas seis anos de idade. O público de aproximadamente 2,5 mil pessoas se aglomerou empolgado na volta e podia-se ver desde bebês até idosos de mais de 80 anos balançarem.
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_Não subestimem. Parece fácil, mas é cabuloso. Vamos fazer certinho, respeitando quatro tempos _ gritou a voz de um dos organizadores do alto da escadaria da Catedral Metropolitana da Capital. No palanque improvisado nas escadas foi montada a banda de apoio com vocalistas, bateria e guitarra. Entre os convidados estavam Chico Martins e J.C Basañez, da banda Dazaranha.
_ Essa reunião só conclui o que eu já sabia, que o movimento de bateristas é muito forte _ disse o baterista do Daza. Ele e Chico Martins puxaram a única música ¿não gringa¿ da tarde, Vagabundo Confesso, canção hino do pop-rock catarinense.
Esta foi a terceira edição da orquestra – a maior do Sul do Brasil de bateristas, segundo a organização do evento. A primeira edição em 2013 reuniu 32 músicos. No ano passado foram mais de 70 e este ano chegou a quase cem. Nos anos anteriores ocorreu durante a Maratona Cultural e dessa vez foi realizada graças ao apelo dos músicos da região. O repertório foi definido pelos próprios participantes, que se inscreveram previamente e votaram nas músicas sugeridas pela organização.
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Lilia Machado da Silva, 83 anos,era uma das entusiastas da Orquestra. Batia palmas com o netinho e disse: ¿pois gosto de rock’n roll desde nova¿. Não que alguém tivesse duvidado. Ela foi prestigiar o genro e os netos.
As baterias foram acomodadas lado a lado, em tapetes por cima do ladrilho do largo. Algumas bem básicas, apenas caixa, chimbal, bumbo e surdo. Já outras completíssimas e reluzentes, de músicos que claramente são apaixonados pelo instrumento embora não o toquem profissionalmente. É o caso de Roberta Silveira, 29 anos, uma das poucas mulheres na orquestra. Veio da Praia da Pinheira, em Palhoça, e toca por amor à música.
_ Tocar ao ar livre é uma libertação. Até porque uma das preocupações do baterista é o barulho para os vizinhos _ brincou Diego Rapoport, 24 anos,baterista da Alfajorge, banda de música autoral.
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Como a bateria é um instrumento musical de ritmo, a última música só poderia ser We Will Rock You, um dos maiores sucessos do Queen, de 1977, que é praticamente toda feita com som de percussão e produzindo ritmo.