Os bombardeios de Israel na Faixa de Gaza completam sete dias consecutivos, mesmo com os apelos internacionais por uma trégua. Nesta segunda-feira, os ataques deixaram cinco mortos. As últimas 48 horas foram menos violentas do que o último sábado, quando 56 palestinos morreram.

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Desde o início da operação, 175 palestinos morreram, em sua maioria civis, e mais de 1,2 mil ficaram feridos.

Israel prossegue com a campanha de repressão na Cisjordânia ocupada, onde prendeu 23 palestinos durante a noite – entre eles, 11 deputados do Hamas, segundo fontes militares israelenses e de segurança palestinas. Os últimos bombardeios tiveram como alvo bases das Brigadas Ezzedin al-Qasam, o braço militar do Hamas, e edifícios de várias cidades.

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Ainda não houve uma intervenção terrestre destinada a neutralizar o lançamento de foguetes pelo movimento islamita palestino Hamas. Pela primeira vez desde o início da operação em Gaza, um palestino de 20 anos foi morto na Cisjordânia durante confrontos com o Exército.

– Tudo indica, o que é dramático, que as mulheres e as crianças representam a grande maioria das vítimas dos bombardeios aéreos. Atualmente, um quarto das mortes é de crianças – lamentou o diretor da Agência da Organização das Nações Unidas para Ajuda aos Refugiados Palestinos (UNRWA), Pierre Krahenbuhl.

Além disso, a acolhida aos desabrigados tem sido difícil:

– Há pouca água e comida, e as crianças não têm nada para fazer. A gente dorme no chão – contou uma refugiada de 27 anos.

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Israel neutraliza drone palestino

Segundo a rádio militar israelense, o Exército lançou, na manhã desta segunda-feira, um míssil para neutralizar um drone palestino sobre a cidade costeira de Asdod, provavelmente com explosivos. Em um tuíte em hebraico, as Brigadas Al-Qasam reivindicaram o envio de drones contra “o coração da entidade inimiga sionista”, como chamam o Estado hebreu. Desde o início do conflito, foram lançados mil foguetes de Gaza, que feriram dez pessoas. O exército israelense destruiu 200 deles.

A onda de violência começou após o sequestro e assassinato de três estudantes israelenses em junho, crime que Israel atribui ao Hamas. Alguns dias depois, houve o assassinato de um jovem palestino queimado vivo em Jerusalém por judeus de extrema direita.

Comunidade internacional apela pelo cessar-fogo

Os apelos em favor de um cessar-fogo continuam a se multiplicar, ainda que sem resultados. A Liga Árabe se somou aos pedidos para deter a ofensiva israelense e pediu à comunidade internacional que adote medidas para proteger os habitantes de Gaza – território pobre de 360 quilômetros quadrados e 1,2 milhão de moradores.

O órgão publicou um comunicado antes de uma reunião de ministros árabes que tem por objetivo “definir uma posição árabe comum” diante da espiral de violência no enclave palestino. No texto, que será submetido aos ministros, a Liga Árabe pede “ações rápidas para o fim imediato da agressão israelense em Gaza e para proteger os palestinos”. Já o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, reiterou seu pedido por um cessar-fogo, considerando que “muitos civis palestinos foram mortos” e uma ofensiva terrestre só aumentaria o número de vítimas.

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*AFP