Divididos e com o poder de mobilização em queda, os principais movimentos que organizaram os protestos de domingo decidiram deixar as manifestações de rua em segundo plano e buscar apoio no Congresso Nacional para suas reivindicações, a principal delas o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
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– Já fizemos duas manifestações grandiosas, mas isso não gerou um elo político – disse o microempresário Renan Santos, um dos líderes do Movimento Brasil Livre.
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Ele anunciou que, na sexta-feira, um grupo de integrantes do MBL vai iniciar uma marcha saindo de São Paulo até Brasília, onde pretende se encontrar com líderes do Congresso e encaminhar a pauta do movimento.
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O foco do MBL a partir de agora é fazer ações pontuais. Segundo Santos, os demais movimentos que foram às ruas ontem e até políticos de oposição ao governo que apoiaram as manifestações também mudaram de estratégia.
– Os outros grupos pediram para não ter mais manifestações. Sentimos uma pressão de vários setores, principalmente de políticos e do mercado financeiro. Antes do ato do dia 15 de março, falei com mais de uma dezena de líderes do Congresso e todos apoiaram. Agora foi diferente – afirmou.
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O empresário Rogério Chequer, porta-voz do Vem Pra Rua, grupo que, ao lado do MBL, foi um dos que atraíram mais gente na tarde de ontem na Avenida Paulista, anunciou a criação da Aliança dos Movimentos Democráticos do Brasil, formada por 50 grupos que vão à Brasília na quarta-feira também para encontrar lideranças do Congresso dispostas a encaminhar formalmente os pleitos dos movimentos.
O Vem Pra Rua aderiu há cerca de duas semanas aos grupos que pedem o impeachment de Dilma. Em seu discurso, ontem na Paulista, Chequer centrou fogo no PMDB, partido que tem a maior bancada na Câmara.
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– PMDB, não adianta você conquistar mais poder. O acordo agora não é com o PT, é com o povo brasileiro.
Veja fotos do protesto em Porto Alegre: