Os organizadores da Festa das Etnias, de Mafra, foram denunciados por homicídio culposo após a morte de um jovem, de 20 anos. O caso aconteceu em 2019, na segunda edição do evento. Wellinton Carlos Trierweiller foi encontrado afogado dentro de um rio. Seis pessoas tornaram-se réus e a ação civil pública foi recebida pela Justiça na quinta-feira (20).
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Conforme a denúncia do Ministério Público, a festa, que aconteceu no feriado de 7 de setembro, foi promovida de forma conjunta entre a prefeitura e uma empresa de propriedade de um dos acusados.
De acordo com a promotoria, o evento era realizado na Praça Ferroviário Miguel Bielecki, próximo a um rio e, durante a madrugada, Wellinton teria sido retirado do local pelos seguranças. Após a expulsão, o jovem foi para a beira da água, pela parte externa, e, ao tentar retornar para o local onde acontecia a festa, caiu e morreu afogado.
Segundo apurado pelas autoridades policiais à época, a vítima morreu em razão da ausência de qualquer segurança adicional que afastasse o risco de queda dos frequentadores da Festa das Etnias, mesmo após a Polícia Militar de Mafra ter emitido um laudo de ordem pública atestando a existência do risco, do qual parte dos denunciados, responsáveis pela organização do evento, foram informados.
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Consta na denúncia ainda que uma das denunciadas viu Wellinton aproximando-se do leito do rio e desaparecendo em seguida. Ciente do risco de queda, ela não teria tomado qualquer providência para verificar a possibilidade de acidente, apenas avisou um outro réu para que fizessem buscas para se certificar de que a vítima não teria burlado a segurança e entrado novamente na festa.
Entre os denunciados também está o então secretário de administração da prefeitura de Mafra, responsável pelo evento à época dos fatos, dois engenheiros civis responsáveis pela segurança, montagem da estrutura e fiscalização do evento, além do proprietário da empresa que organizou a festividade.
De acordo com a Promotora de Justiça Nicole Lange de Almeida Pires, “os denunciados, mesmo sabendo da possibilidade de queda dos frequentadores, não tomaram providências para garantir a segurança do local, sendo que dois dos réus, inclusive, presenciaram Wellinton se aproximando do local de risco, mas não acionaram as autoridades e não agiram para auxiliá-lo e assim evitar sua morte”.
Ela reforçou que “o crime causou grande comoção social à época dos fatos, tendo sido publicadas diversas matérias jornalísticas acerca do falecimento da vítima e do anseio da família por justiça pela perda precoce do jovem”, finalizou.
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