Duas apresentações lotadas da ópera “La Traviata” na Sociedade Harmonia-Lyra, em junho do ano passado (foto), foram decisivas para a direção da entidade perceber que há um público carente e ávido por este tipo de espetáculo na cidade. Assim surgiu o 1º Festival de Ópera de Joinville, que a Lyra receberá entre 19 e 24 de junho, viabilizado graças ao mecenato municipal (Simdec) e patrocinadores. Serão dois espetáculos completos, incluindo cenário, figurino e iluminação – “La Serva Padrona”, no dia 20, e “La Bohème”, no encerramento –, e a apresentação de árias que envolverá seis vozes masculinas e três femininas, algo nunca visto por aqui. Além de ensaios abertos a estudantes, o evento terá um dia de palestras e oficinas com nomes como a atriz e diretora Sulanger Bavaresco, o regente Alessandro Sangiorgi e os tenores Paulo Mandarino e Douglas Hahn. Detalhe importante é que toda essa programação será gratuita, ou melhor, mediante um ¿ingresso solidário¿, que visa a recolher alimentos para instituições beneficentes de Joinville.
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– A ópera não é exatamente uma arte erudita. Ela é popular. Em algum momento da história, ela ganhou um viés elitizado. Mas ela é pop, é uma novela que permite ao público se manifestar de uma forma diferente de um concerto, por exemplo – explica Álvaro Cauduro, presidente da Harmonia-Lyra, ressaltando que pretende incluir o festival no calendário joinvilense de eventos.
O inferno é aqui
É dessas coisas que, de tão raras, você mal acredita quando acontecem: um documentário brasileiro sendo exibido no circuito comercial joinvilense. “Central – o Filme” (foto) entra em cartaz hoje oferecendo um retrato da dura realidade do presídio central de Porto Alegre, considerada a pior prisão do Brasil pela CPI do Sistema Carcerário, no Congresso, em 2008. A equipe da diretora Tatiana Sager entrou na estrutura decrépita para mostrar a rotina dos presos e conversou com familiares deles e funcionários, expondo a situação do falido sistema prisional do País. Ou isso ou o escapismo de “Velozes e Furiosos 8”, que também estreia nesta quinta.
Confira outras notas do colunista Rubens Herbst.
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Recursos bloqueados
Os agentes culturais jaraguaenses tiveram sua primeira vitória desde a extinção do Fundo Municipal de Cultura, em março. A juíza da Vara da Fazenda de Jaraguá, Candida Brugnoli, acatou a ação civil pública do Ministério Público de Santa Catarina e determinou o bloqueio dos R$ 1,7 milhão inicialmente destinados ao fundo que seria usado pela Prefeitura em outras áreas. Para a magistrada, houve desvio de finalidade, além do que a iniciativa do governo contraria a Lei Orgânica do Município, o Plano Municipal de Cultura e o Sistema Nacional de Cultura. A Prefeitura já avisou que irá recorrer da decisão da juíza.
Prato do dia
Não um prato, mas um serviço à la carte inteiro é o que oferece o documentário “Evoé – Retrato de um Antropófago” aos apreciadores das artes dramáticas que forem nesta quinta ao galpão da Ajote. Ali, a partir das 19 horas, será exibido (gratuitamente) o retrato cinematográfico, feito pelos diretores Elaine Cesar e Tadeu Jungle, de José Celso Martinez Corrêa (foto), uma das maiores personalidades da história do teatro brasileiro. Ele visita lugares-chave da vida do criador do ator/diretor/dramaturgo (Bahia, Alagoas, Grécia e São Paulo), utiliza imagens de seu imenso arquivo e captura depoimentos recentes para narrar, de forma labiríntica, a trajetória do criador do influente Teatro Oficina.
Frase
“É uma honra fazer parte de um clube que inclui tantos de nossos heróis – Neil (Young), The Clash, (Led) Zeppelin, The Stooges, Cheap Trick –, mas o fato é que nossa carreira foi impactada por bandas que não estão aqui.”
Jeff Ament, baixista do Pearl Jam, deu uma bronca sutil no Rock and Roll Hall of Fame durante a cerimônia de introdução da banda, na semana passada. E foi além, ao vestir a camiseta da foto, repleta de grandes nomes do rock que ainda não fazem parte do ¿clube¿.
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