Um tribunal sul-coreano emitiu nesta quinta-feira uma ordem de prisão contra o ex-presidente Lee Myung-bak acusado de corrupção, informou a agência de notícias Yonhap, dias depois de ser interrogado.
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No dia 15 de março, Lee, de 76 anos, reconheceu ter recebido, durante seu mandato (2008-2013), US$ 100 mil de fundos secretos dos serviços de Inteligência.
O Ministério Público suspeita que ele tenha aceitado milhões de dólares em subornos.
Lee negou a maioria das acusações, mas admitiu ter recebido fundos secretos em dólares americanos do Serviço de Inteligência Nacional (NIS) por meio de um colaborador, segundo a agência de notícias Yonhap.
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Ao pedirem a prisão de Lee, os promotores expressaram o temor de que o acusado destruísse as provas do caso. Ele corre o risco de ser sentenciado a até 45 anos de prisão.
Suspeita-se de que ele tenha recebido 1,7 bilhão de wons (US$ 1,6 milhão) do NIS.
A investigação atingiu o grupo Samsung, suspeito de ter comprado, em 2009, o indulto presidencial para seu presidente Lee Kun-hee, então condenado por evasão fiscal.
O ex-presidente e o conglomerado rejeitam essas acusações.
Lee também é acusado de aceitar 2,2 bilhões de wons do diretor-geral do grupo Woori Financial, Lee Pal-sung, para ajudá-lo a vencer a eleição. Também teria desviado milhões de dólares de fundos do DAS, uma empresa de autopeças, cujos proprietários são membros de sua família, mas da qual ele seria o verdadeiro dono.
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Na Coreia do Sul, vários ex-presidentes terminaram na prisão, particularmente após uma alternância política.
A ex-presidente conservadora Park Geun-Hye, que sucedeu a Lee, aguarda o veredicto de seu julgamento por um escândalo de corrupção.
O predecessor de Lee, Roh Moo-hyun, de centro-esquerda, cometeu suicídio após ser acusado de corrupção em 2009.
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Quando o país foi democratizado na década de 1990, o ex-ditador Chun Doo-hwan e seu amigo e sucessor Roh Tae-woo foram condenados à morte e à prisão perpétua por seu papel no golpe de 1979 e por receberem centenas de milhões de dólares em subornos. As condenações foram posteriormente reduzidas, e ambos acabaram sendo perdoados.
* AFP