A confissão de doping do ciclista Lance Armstrong provou que o prestígio de Oprah Winfrey podia até estar abalado, mas que é preciso muito mais do que uma crise econômica para derrubar umas das mulheres mais populares dos Estados Unidos.

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Na conversa com a apresentadora, o atleta reconheceu ter tomado medicamentos para melhorar seu desempenho em todas as sete competições da Volta da França de que participou. A expectativa da admissão do uso de substâncias proibidas por um dos maiores nomes da história do ciclismo mundial causou furor midiático e acabou gerando uma nova onda de interesse sobre os negócios de Oprah, que incluem uma rede de TV a cabo, uma revista e um programa de rádio.

Por conta da entrevista, que foi amplamente discutida nas redes sociais, ela participou de um telejornal matinal de abrangência nacional e ainda garantiu presença nas primeiras páginas dos principais jornais do país. Isso sem contar a repercussão internacional.

A primeira parte da conversa exclusiva com Armstrong foi acompanhada, na semana passada, por cerca de 3,2 milhões de norte-americanos, a segunda maior audiência registrada por seu canal, o Oprah Winfrey Network (OWN), que vem enfrentando sérias dificuldades financeiras.

O sucesso de seu programa diário na TV – que ficou no ar por 25 anos e foi encerrado em maio de 2011 para o lançamento da emissora própria, em conjunto com a Discovery Communications – fez com que, sistematicamente, Winfrey fosse apontada como uma das pessoas mais influentes e confiáveis do mundo. A popularidade e o prestígio da apresentadora bilionária – sua fortuna é estimada em US$ 2,7 bilhões – sempre despertaram o interesse da publicidade. Ter a marca associada ao nome dela era sinônimo de retorno garantido. Justamente por isso, o começo difícil da OWN, com índices de audiência beirando o medíocre, desapontaram tanto os anunciantes.

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Natural de Kosciusko, no Mississippi, Oprah Gail Winfrey, que completará 59 anos na próxima terça-feira, sempre foi reverenciada por promover a leitura entre milhões de pessoas com o seu clube do livro, pelas ações humanitárias e luta contra o abuso sexual e, especialmente, por ter alcançado o sucesso sendo negra e pobre em uma sociedade predominantemente branca.

Apesar de ela mesma ter revelado em seu programa a maior parte dos episódios dramáticos que marcaram sua história, o lançamento de Oprah – Uma Biografia, de Kitty Kelley, a desagradou muito. A biografia não autorizada, de 2011, foi baseada em mais de 850 entrevistas e 2.732 arquivos de declarações da apresentadora a jornais, revistas e programas de TV e rádio. No livro, a autora aponta contradições entre suas pesquisas e as versões contadas por Oprah, que apesar de manter um relacionamento com seu empresário, Stedman Graham, desde 1986, até hoje enfrenta rumores de que seria lésbica.

Colaborou Cristiano Anunciação

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