O ex-prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, que escapou da prisão domiciliar que cumpria na Venezuela em novembro, pediu ao presidente chileno eleito, Sebastián Piñera, para usar sua liderança para frear o que chamou de “tirania” do governo venezuelano de Nicolás Maduro.

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Ledezma, um opositor ao governo de Maduro que fugiu para a Colômbia e depois para a Espanha, se reuniu nesta segunda-feira em Santiago com o direitista Piñera, que pediu auxílio para “frear a tirania de alguém que usurpou a presidência da Venezuela”.

“A Venezuela através da minha voz eleva um grito pedindo ajuda”, afirmou Ledezma, em coletiva de imprensa junto com Piñera.

O político venezuelano acusou o governo de Maduro de “fechar os caminhos da solução pacífica” para superar a crise social e política que a Venezuela vive desde o ano passado, marcada por violentas manifestações que deixaram centenas de pessoas mortas e uma escassez de produtos básicos e medicamentos, em meio a uma crescente inflação.

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“A quantidade de venezuelanos que morreram por falta alimentos… morreram de fome. Venezuelanos que morrem porque carecem de medicamentos, morrem em hospitais porque não há o remédio a mão para poder superar uma doença”, afirmou Ledezma, de 62 anos.

“Como futuro presidente do Chile, dentro do marco do direito internacional, e dentro das regras da Unasul, da Celac e do Grupo de Lima, vamos fazer todos os esforços para que a Venezuela recupere sua liberdade, sua democracia e o respeito aos direitos humanos”, respondeu Piñera, que assumirá a Presidência chilena em 11 de março.

Piñera substituirá a socialista Michelle Bachelet, e começará seu segundo mandato, depois de ter sido presidente no período 2010-2014.

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Assim como Ledezma, dezenas de opositores deixaram a Venezuela em diferentes circunstâncias. Muitos deles manifestam a sua oposição a Maduro do exterior.

Na terça-feira, se reúnem em Santiago os chanceleres dos países do Grupo de Lima, instância de 12 países que articula pressão internacional sobre a Venezuela para que ordene a libertação de detidos por questões políticas e anuncie um calendário eleitoral.

* AFP