O opositor venezuelano Villca Fernández viajará ao Peru após ser libertado nesta quinta-feira (14), em um processo de libertações prometido pelo presidente Nicolás Maduro após sua questionada reeleição em 20 de maio, informou à AFP uma ONG defensora dos direitos humanos.
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Fernández, de 34 anos, foi detido em janeiro de 2016 sob acusações de “instigar o ódio e difundir informação falsa”, após um tuíte direcionado ao dirigente chavista Diosdado Cabello no qual dizia que estava com “os dias contados no poder”.
O ex-dirigente estudantil foi transferido das celas da polícia política em Caracas até o aeroporto internacional de Maiquetía, assinalou no Twitter Alfredo Romero, diretor executivo da ONG Foro Penal.
Consultado pela AFP, Romero detalhou que Fernández irá para o Peru.
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O opositor fez parte de um terceiro grupo de 43 libertações de presos por “violência política”, cujas solturas começaram na quarta-feira.
Desde 1º de junho foram libertadas 123 pessoas, incluindo o ex-prefeito Daniel Ceballos, o general reformado Ángel Vivas, o deputado Gilber Caro e Raúl Emilio Baduel, filho do general preso Raul Isaías Baduel, antigo aliado do falecido Hugo Chávez.
A grande maioria dos libertados da prisão, segundo a Foro Penal, está sujeita a medidas que os proíbem de deixar o país e à apresentação periódica nos tribunais. Muitos estão proibidos de fazer declarações à imprensa.
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Após sua reeleição, boicotada pela oposição e desconhecida por grande parte da comunidade internacional, Maduro ofereceu a libertação de opositores para “superar as feridas” de protestos de 2014 e 2017, que deixaram 200 mortos.
Fernández, militante do Vontade Popular, partido do opositor Leopoldo López, que está em prisão domiciliar, seria o primeiro dos libertados a ir para o exterior.
No final de maio também foi libertado o mórmon americano Joshua Holt, preso durante 24 meses por acusações de espionagem, após um encontro entre Maduro e o senador americano Bob Corker.
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A Foro Penal cifra em 280 os “presos políticos” na Venezuela depois das novas libertações.
* AFP