O opositor venezuelano Henri Falcón afirmou que vai retirar sua candidatura à eleição presidencial de 20 de maio se o presidente Nicolás Maduro não respeitar suas exigências de garantias eleitorais, em uma entrevista ao jornal espanhol El País.

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O ex-militar de 56 anos foi “chavista” antes de integrar a coalizão de oposição, a Mesa da Unidade Democrática (MUD), e diretor de campanha de Henrique Capriles, derrotado por pequena margem na eleição presidencial de 2013 por Nicolás Maduro, que agora tenta a reeleição.

A MUD boicota a eleição, mas Falcón optou por apresentar sua candidatura. Opositores e analistas o acusam de ser um candidato “fabricado” pelo governo chavista.

“Nossa missão é convencer as maiorias, mobilizá-la para superar este governo desastroso. Os que são democratas não querem retirar este governo com balas, e sim com votos”, disse.

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“Nestas eleições esperamos uma observação internacional muito mais consistente que em 2015”, completou o candidato opositor.

“Irei em breve às Nações Unidas para conversar com o secretário-geral, Antonio Guterres. Estamos exigindo a presença de uma delegação da União Europeia às autoridades eleitorais do país”, afirmou.

O jornal espanhol questionou o que Falcón pretende fazer caso as demandas não sejam atendidas.

“Nos retiraríamos”, respondeu Falcón. “Mas o mais interessado em cumprir estas condições é o próprio governo da Venezuela”, completou.

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Durante a apresentação de uma aliança entre os partidos da MUD e organizações civis na quinta-feira, os adversários de Maduro anunciaram uma passeata na segunda-feira até a sede da ONU em Caracas para pedir que a organização “não valide a fraude” de 20 de maio.

Além de Falcón, o pastor evangélico Javier Bertucci e dois ex-militantes governistas relativamente desconhecidos anunciaram candidaturas à presidência.

* AFP