O ex-candidato à presidência da Venezuela e governador de Miranda, Henrique Capriles, convocou o governo, nesta segunda-feira, a favorecer um diálogo com a oposição para conciliar medidas frente à crise econômica.

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“O governo deveria estar convocando todos os setores do país para buscar soluções para a crise que eles geraram”, disse Capriles, em um ato público, uma semana depois das eleições, nas quais a oposição obteve controle do Parlamento.

Depois de lembrar que, antes das eleições, o presidente Nicolás Maduro anunciou que convocaria os deputados eleitos para dialogar, Capriles ressaltou que a bancada da Mesa da Unidade Democrática (MUD, oposição de centro-direita) “está na expectativa”.

Ele criticou, porém, que “embora o sinal do povo tenha sido claro e contundente, o governo continua confinado a defender suas políticas”.

“A cúpula está desconectada da realidade do país. Este não é um momento para que esteja fazendo revisões internas em seu partido. Enquanto Nicolás estiver no lugar que ocupa tem de assumir sua responsabilidade”, frisou.

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Durante a campanha para as eleições legislativas de 6 de dezembro, Maduro prometeu que, depois do resultado, convocaria todos os deputados eleitos, incluindo os da MUD, “a um diálogo nacional no Palácio de Miraflores, em função dos grandes objetivos de desenvolvimento do país”.

Após a fragorosa derrota nas urnas, porém, Maduro subiu o tom, destacando que “não é hora de coabitação” com seus oponentes.

Maduro alega que a MUD teve um “êxito circunstancial” apoiado no “jogo sujo” da “guerra econômica”.

Com a mediação da Igreja Católica e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), o governo e a MUD se sentaram para debater em 2014, mas sem obter acordos.

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Capriles reiterou que a nova maioria parlamentar porá fim a acordos, por meio dos quais a Venezuela fornece petróleo em condições preferenciais a países como Cuba.

“Tem de parar com a diplomacia do petróleo. O governo utiliza o petróleo para comprar lealdades a seu favor, não em benefício dos venezuelanos. Com a ‘lei do cadeado’, vão-se impedir acordos internacionais que vão em detrimento do país, que são onerosos para as finanças nacionais”, afirmou o governador.

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