A oposição venezuelana disse, nesta sexta-feira (22), que está disposta a iniciar um diálogo com o governo, assim que o Poder Eleitoral ativar um referendo revogatório contra o presidente Nicolás Maduro.

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Após admitir que o governo cedeu a várias de suas exigências, graças à mediação internacional, a oposição informou, em um comunicado, que se sentará à mesa quando for dado sinal verde para a consulta e quando se estabelecer uma data para a coleta de cerca de 4 milhões de assinaturas.

“Esperamos pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) e declaramos que, superado esse pedido, estamos dispostos a iniciar um diálogo efetivo e construtivo”, declara a nota da coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD).

O CNE deve anunciar na próxima terça-feira (26), se a MUD conseguiu validar cerca de 200.000 assinaturas para ativar a consulta.

A União das Nações Sul-Americanas (Unasul) promove o diálogo entre o Executivo e a aliança opositora para buscar soluções para a crise política e econômica do país.

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Na quinta-feira (21), o presidente da Unasul, Ernesto Samper, disse que o governo aceitou que o Vaticano acompanhe a mediação, da qual já participam os ex-presidentes José Luis Rodríguez Zapatero (Espanha), Leonel Fernández (República Dominicana) e Martín Torrijos (Panamá).

A oposição acrescentou que se sentará para conversar com o governo “na data em que os ex-presidentes e o Vaticano convocarem”.

Já o governo teria concordado com “mudar o local de reunião, diferente da República Dominicana”, onde foram realizados os primeiros encontros entre as partes e os mediadores, declarou a dissidência.

A MUD completou que “grande parte” dos políticos detidos depois da chegada dos mediadores à Venezuela foi solta. Esta era uma das condições para iniciar o diálogo com o governo.

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“Esperamos que, nos próximos dias, continuem as libertações, e haja o compromisso do governo com os mediadores para terminar de libertá-los nos primeiros 15 dias depois de iniciado o diálogo”, declara o comunicado.

A MUD espera que o referendo ocorra ainda este ano, já que, se o presidente perder, haverá novas eleições. Se for realizado depois de 10 de janeiro de 2017, mesmo sendo derrotado, o mandato que termina em 2019 será concluído pelo vice-presidente, designado por Maduro.

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