A oposição venezuelana recolheu no sábado assinaturas para reinscrever seus dois principais partidos no poder eleitoral, tentando recuperar terreno para as eleições presidenciais depois de alta corte do país ter excluído a coalizão Mesa da Unidade Democrática (MUD) da disputa.
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Pequenas filas se formaram em vários centros de coleta de assinaturas para validar a Primeiro Justiça e Ação Democrática.
Em um dos postos, no leste de Caracas, Clemente Moreno, disse à AFP que compareceu “para consolidar o poder do voto”.
“Só com o voto podemos sair desta barbárie”, disse.
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A Assembleia Constituinte adiantou para antes de 30 de abril as eleições presidenciais, nas quais Nicolás Maduro tentará a reeleição.
Como parte de sua campanha, Maduro participou no sábado de seu primeiro Facebook Live, durante o qual interagiu com simpatizantes e fez a previsão de uma “vitória da revolução”.
“São eleições repentinas inventadas pelo governo, porque temem que a situação econômica, que já é terrível, continue piorando”, disse o líder da Ação Democrática, Henry Ramos Allup, que já expressou suas aspirações presidenciais.
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A Constituinte ordenou a reinscrição de vários partidos de oposição que ficaram à margem das eleições municipais em dezembro do ano passado, argumentando fraude na eleição de governadores em outubro.
A oposição, dividida e com seus líderes principais -Leopoldo López e Henrique Carpriles- impossibilitados de disputar as eleições, não consegue decidir como encarará a disputa.
Na quinta-feira, o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) ordenou a exclusão do processo de reinscrição da aliança opositora MUD, o que provocou fortes críticas internacionais, entre elas a do presidente da França, Emmanuel Macron.
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O chefe de Estado francês denunciou uma “guinada autoritária inaceitável” do governo venezuelano e se declarou favorável a novas sanções da União Europeia, que na semana passada aprovou medidas contra sete funcionários de Caracas por “graves violações dos direitos humanos”.
O ministério venezuelano das Relações Exteriores reagiu no sábado aos comentários de Macron, que considerou “inaceitáveis”.
* AFP