A oposição síria demonstrou “paciência” nessa terça-feira diante das “provocações” do regime de Damasco que, na véspera, negou-se novamente a discutir o papel de Bashar el Assad nas negociações de paz de Genebra.

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“A delegação do governo continua evitando falar em prazos limite e apenas tenta enfraquecer a oposição para obter uma reação”, declarou à AFP Hisham Marwa, conselheiro do Alto Comitê para as Negociações (HCN).

“O regime exige que o presidente Assad permaneça no poder, o que é totalmente inaceitável para nós”, acrescenta.

Ainda assim, “isso não afeta nossa decisão de nos envolver no processo político e de mostrar um grande nível de responsabilidade e paciência”.

Uma delegação do HCN, que reagrupa opositores políticos e representantes de grupos armados, deve reunir-se nesta terça-feira com o enviado da ONU, Staffan de Mistura.

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O diplomata monitora há oito dias negociações indiretas entre a oposição e o regime de Damasco com a esperança de terminar com um conflito que já deixou mais de 270.000 mortos e forçou milhões de pessoas ao exílio.

Segundo o planejamento da ONU, as negociações deverão levar à implementação de um “órgão de transição” encarregado de adotar uma nova Constituição e de organizar eleições em um prazo de 18 meses.

A definição desse “órgão” divide os dois lados: para o regime só pode se tratar do governo atual aberto a alguns opositores, enquanto que a oposição exige a saída imediata de Al Assad e poderes reais.

As duas partes negociarão na quarta e na quinta-feira com o enviado da ONU antes de uma pausa de vários dias.

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* AFP