Centenas de opositores protestaram, nesta sexta-feira, em Porto Príncipe, contra o que consideram uma interferência internacional da Organização dos Estados Americanos (OEA).

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A instituição mobilizará uma missão especial em meio à crise política nesse país centro-americano, a convite do presidente haitiano, Michel Martelly.

Dado o estancamento do diálogo político, a OEA aprovou na quarta-feira o envio de uma missão especial ao país, mas a agenda e os temas ainda não foram detalhados.

Os opositores radicais desfilaram nas ruas da capital, levando cartazes vermelhos com as palavras de ordem “Abaixo a OEA”.

“Chegou o momento de tomarmos o destino do nosso país nas mãos, depois de 212 anos de destruição, e a OEA sempre fez muito nestes conflitos”, denunciou o estudante Joenson Versailles, com seu cartaz vermelho nas mãos.

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O Haiti atravessa uma profunda crise política desde o anúncio dos resultados do primeiro turno nas eleições presidenciais de 25 de outubro. A vitória teria sido do candidato governista Jovenel Moise, com 32,76% dos votos, contra 25,29% de Jude Célestin, que classificou os resultados de “farsa ridícula”.

O segundo turno da eleição à presidência e das legislativas parciais estava previsto para 27 de dezembro, mas foi adiado indefinidamente apenas dois dias antes de ser realizado.

Acusada de interferência pelos opositores radicais ao governo de Martelly, a comunidade internacional, que financia há anos a organização das eleições, manifestou sua preocupação diante de um possível vácuo de poder no Haiti.

Se não realizarem as eleições a tempo, a passagem de poder não poderá ser feita em 7 de fevereiro como prevê a Constituição.

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