Seis vereadores de oposição em Chapecó apresentaram na sessão da tarde desta sexta-feira uma denúncia na comissão de ética do Legislativo contra a vereadora Cleidenara Weirich (PSD), que foi a mais votada na Eleição 2016. Ela chegou a ser empossada, mas foi afastada em seguida por processo na Justiça Federal, onde é ré por desvio de recursos do Serviço Único de Saúde em benefício de uma empresa ligada a familiares.
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Os vereadores Cleiton Fossá (PMDB), Cleber Ceccon (PT), Derli Maier (PMDB), Jatir Balbinot (PDT), Marcilei Vignatti (PT) e Neuri Mantelli, apresentaram a denúncia com documentos obtidos na Operação Manobra de Osler, da Polícia Federal, que resultou no processo judicial. Se a denúncia for aceita, haverá prazo para defesa e, em caso de continuidade do processo, ela poderá ser afastada se houver aprovação de 14 dos 21 vereadores.
Uso da máquina pública
Na operação, foi apontado o aumento do número de consultas de algumas especialidades na gestão de Cleidenara, quando era secretária de Saúde em 2015. Depoimentos indicaram que pacientes furavam fila nos exames por influência política. E também que funcionários ligados à Secretaria de Saúde estariam pedindo voto para a candidata.
Os vereadores denunciantes afirmam que houve uso da máquina pública para favorecer a candidatura da ex-secretária, o que resultou na maior votação de um candidato ao Legislativo, com mais de 6 mil votos.
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A oposição informou que tentou abrir uma CPI para apurar a situação, mas conseguiu apenas seis assinaturas, quando o mínimo é sete. O presidente do Legislativo, Valmor Scolari (PSD), afirmou que a denúncia desse seguir seu trâmite normal. A votação para ver se será aceita deve ocorrer no dia 21 ou 22.
Advogado alega inocência
O advogado de Cleidenara, Antônio Zanella Neto, disse que já fez a defesa escrita mostrando a inocência da vereadora no processo penal, que aguarda julgamento. Em relação ao processo eleitoral, disse que não era o responsável e não tinha conhecimento, mas lembrou que a Polícia Federal chegou a investigar o uso da máquina pública na eleição e o processo acabou sendo arquivado. Por isso não vê sentido na iniciativa dos vereadores.