O número total de civis executados por forças leais ao regime sírio na aldeia de Bayda, na província de Tartus, litoral da Síria, chegou a 150.
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A estimativa foi divulgada pela Coalizão Nacional Síria (CNFROS), que reúne os opositores ao ditador Bashar al-Assad.
Na quinta-feira, o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), com sede em Londres, já havia dito que 40 corpos foram identificados, mas que o número de mortos poderia passar de cem. Os meios de comunicação oficiais não relataram as vítimas.
As duas principais cidades litorâneas, Bayda e Latakia, formam o “país alauíta”, de onde vem a família Al-Assad. Analistas sugerem que o presidente sírio poderia tentar se refugiar na região em caso de queda de seu regime.
Em dois anos de guerra civil, é a primeira vez que o exército ataca a região de Tartus, onde manifestações antigoverno já haviam sido reprimidas em 2011.
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Segundo o OSDH, o exército sírio e seus oficiais “executaram a tiros, apunhalaram ou queimaram” suas vítimas, a maioria mulheres e crianças.
Os rebeldes convocaram a Liga Árabe e as Nações Unidas a agir e acusaram o regime de crimes de guerra e de genocídio. “Dezenas de civis de Bayda estão desaparecidos, não se sabe se foram detidos, se os mataram ou se conseguiram fugir”, disse o OSDH.
Regime alega ter matado terroristas
O exército sírio afirmou, por sua vez, que matou terroristas em Bayda e em regiões sunitas, vertente islâmica a qual pertence 80% da população e a maioria dos rebeldes. O regime sírio e os meios de comunicação oficiais se referem aos insurgentes como terroristas.
EUA avaliam possibilidade de armar grupos rebeldes
Os Estados Unidos já não descartam a possibilidade de armar os rebeldes, para os quais vinham fornecendo ajuda humanitária e não letal.
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O secretário americano de Defesa, Chuck Hagel, falou na quinta-feira sobre essa possibilidade, mas ressaltou que “não quer dizer que vamos fazer isso ou que queremos fazer. São opções que precisam ser estudadas com os aliados, com a comunidade internacional”.
Seu colega britânico, Philip Hammond, disse que seu país não havia fornecido armas aos rebeldes, mas acrescentou: “Nunca dissemos que não o faremos”.
O presidente americano Barack Obama afirmou que são avaliadas todas as opções, sobretudo porque se multiplicam “os sinais de derramamento de sangue e de possível uso de armas químicas na Síria”.
Mas, acrescentou que “antes de tomar uma decisão queremos garantir que isto melhorará realmente a situação e não vai fazer com que seja ainda mais complicada e sangrenta”.
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