Líderes dos partidos de oposição criticaram a direção da Câmara por não decretar imediatamente a perda do mandato dos parlamentares condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no processo do mensalão.
Continua depois da publicidade
– O presidente da Câmara tem que declarar extinto o mandato quando chegar a comunicação do STF. Se não fizer isso, deve ser enquadrado por crime de desobediência – disse o líder do PPS, deputado Rubens Bueno.
Para ele, o STF cumpriu seu papel. Deu amplo direito de defesa a todos os réus e mostrou ao País que acabou o tempo em que Justiça só atingia pessoas das camadas mais pobres da população, sem nenhum poder político.
Para o líder em exercício do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), a Câmara tem de cassar o mandato dos deputados condenados que começarem a cumprir pena.
– Chega o vexame que ocorreu com o deputado Natan Donadon (Sem partido-RO), que mesmo condenado a treze anos pelo Supremo foi absolvido pelo plenário da Câmara – disse.
Continua depois da publicidade
Ele considera inaceitável correr novamente o risco de ampliar algo que gerou um constrangimento público enorme, a partir da absolvição do deputado Donadon. Não dá para achar isso natural.
– Não sei por que essa teimosia em não decretar a perda do mandato. O STF já decidiu que vale a sua decisão – afirmou Bueno.
A direção da Câmara. no entanto, disse que não decidirá pela perda do mandato. Vai primeiro abrir processo contra os parlamentares e o plenário dirá se devem ou não ser cassados.
:: Até na situação
Na avaliação do senador Jorge Viana (PT-AC), a decisão do Supremo é “final” e não deve ser motivo de discussões ou questionamentos. Ele defendeu, ainda, a imediata cassação dos deputados que tiveram a prisão decretada.
Continua depois da publicidade
– É incompatível a condenação com exercício de mandato. Com condenação transitada em julgado, não tem o que discutir – assinalou.