A oposição venezuelana acusou nesta sexta-feira o governo do presidente Nicolás Maduro de querer envolvê-la em uma “guerra de poder” para desviar a atenção da “catástrofe” econômica, e reiterou que não acatará a decisão judicial que suspendeu a posse de três de seus deputados.

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“Com a guerra de poder que o Executivo quer criar diante das decisões da Assembleia parece que pretende responder a todas as nossas atuações com uma ação judicial”, disse à imprensa Enrique Márquez, vice-presidente do Parlamento, que está sob controle da oposição desde a terça-feira passada.

Márquez definiu esta estratégia como um “jogo de tronos”, com o qual o governo socialista de Nicolás Maduro tenta “ocultar a catástrofe do desabastecimento e da insegurança em que o povo venezuelano vive”.

Como parte destas tentativas, o governo está “tentando utilizar a força política que tem ao controlar as salas do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) para impedir as atuações da Assembleia”, destacou o Parlamento.

“O governo está à beira do nocaute e para evitar cair na lona, quer se agarrar, se envolver em um debate politiqueiro”, expressou na mesma conferência o secretário-executivo da coalizão Mesa da Unidade Democrática (MUD), Jesús Torrealba.

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Em 30 de dezembro, a Sala Eleitoral do TSJ suspendeu provisoriamente a posse de quatro legisladores do estado de Amazonas (sul) – inclusive um chavista -, mas na quarta-feira passada, um dia depois da instalação da câmara, a maioria empossou os três opositores em uma sessão à qual não compareceu o legislador governista impugnado.

Com isto, a MUD alcançou a poderosa maioria de dois terços que abre o caminho para seu objetivo de buscar a saída do poder de Maduro por vias legais.

Em resposta, o bloco governista pediu nesta quinta-feira ao TSJ para declarar nulas as decisões do Legislativo por considerar que cometeu “desacato”.

Mas Márquez reiterou que a MUD não reconhecerá a medida da Sala Eleitoral porque estaria “desacatando a vontade popular e a Constituição”.

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Neste sentido, indicou que, ao ter sido proclamado por uma junta regional eleitoral, “ninguém pode impedir o juramento” dos dirigentes.

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