A Frente Ampla pela Democracia (FAD) da Nicarágua denunciou nesta quarta-feira fraude nas recentes eleições e acusou o presidente Daniel Ortega pelas sete mortes ligadas ao processo eleitoral.

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“O que houve (no domingo) foi uma farsa eleitoral (…). O povo da Nicarágua invalidou estas eleições quando mais de 70% (dos eleitores) não participou”, declarou a dirigente da FAD Violeta Granera.

A principal força da oposição considera que a abstenção – que o Tribunal Eleitoral situou em 48% – foi um “voto de castigo” contra o regime de Ortega e que o sistema eleitoral está “totalmente colapsado”.

“O ‘orteguismo’ voltou a mostrar sua vontade de se impor pela força e por sua manipulação institucional”, denunciou o FAD, aliança de partidos e organizações cívicas opositoras de diversas tendências políticas.

Segundo a aliança, as eleições não tiveram transparência e a violência foi provocada pelas “repetidas fraudes eleitorais e pelo desespero de comunidades que se sentem enganadas”.

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A FAD acusa Ortega como “responsável pelas sete mortes, por toda a violência na costa do Caribe e pela perseguição contra muitos cidadãos”.

As autoridades reconhecem cinco mortes violentas em “incidentes isolados” em 13 municípios provocadas por partidários dos partidos de direita inconformados com a vitória da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), que conquistou 135 das 153 prefeituras em disputa.

A porta-voz do departamento americano de Estado Heather Nauert condenou nesta quarta-feira “a violência pós-eleitoral” na Nicarágua, lamentando “a perda de vidas” e exigindo “uma investigação que leve os responsáveis à Justiça”.

O governo de Donald Trump manifestou sua preocupação com as “persistentes falhas” no processo democrático nicaraguense e com os relatos de “irregularidades”.

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“Os Estados Unidos seguem defendendo o fortalecimento das instituições democráticas, a separação dos poderes e um processo eleitoral livre e justo na Nicarágua”.

* AFP