Estamos vivendo uma era de mudanças, nosso estilo de vida está cada vez mais pautado pelo uso da tecnologia. Neste cenário, não é de se estranhar que as crianças também estejam fazendo uso de equipamentos como tablets e smartphones desde muito cedo, seja por necessidade ou devido à crença de que quanto antes entrarem em contato, melhor se sairão no futuro. Por ser algo sem precedentes, não sabemos ao certo quais os prejuízos e benefícios isso irá causar ao desenvolvimento das crianças, só saberemos realmente quando se tornarem adultos.

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Todavia, muitas pesquisas estão sendo feitas e os resultados têm sido alarmantes. Estudos atestam que a luminosidade emitida pelos aparelhos interfere na produção de hormônios e pode causar comportamentos disfuncionais e prejuízos no desenvolvimento emocional das crianças. Outro grande perigo é o poder viciante desses equipamentos, podendo ser comparado aos piores tipos de drogas. E já existem casos reais de crianças viciadas que, quando tiveram os equipamentos retirados, sofreram crises de abstinência, como ocorre com os usuários de drogas. Isso tudo sem falar nos riscos de exposição na internet e nas redes sociais.

Os avanços da tecnologia na área de neurociências têm nos permitido observar a influência das emoções no aprendizado. São elas que desencadeiam o aprendizado, é por meio das experiências no início da vida, associadas às relações socioafetivas vivenciadas pelas crianças, que fazem a diferença na construção dos circuitos cerebrais. Ou seja, as máquinas pouco têm a contribuir com o que as crianças mais precisam para se desenvolver adequadamente: interação social, lúdico, imaginação, contato com a natureza e contato com o real.

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Os cinco sentidos precisam ser aguçados, tato, olfato, visão, paladar e audição. Só assim estaremos contribuindo para que se tornem adultos equilibrados, bem desenvolvidos e aptos a triunfarem em um futuro onde o que fará a diferença entre os seres humanos e as máquinas serão nossas emoções, nossa capacidade criativa e de pensamento crítico.

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Você pai, mãe, cuidador, ofereça o melhor para seu filho, restrinja o tempo de tela, monitore o que está sendo acessado, tenham mais momentos juntos, olho no olho, risos, afeto. Ou simplesmente faça como os grandes empreendedores do Vale do Silício estão fazendo com seus filhos, não dê tablets e smartphones para crianças menores de 12 anos.

*Daniel Leipnitz é presidente da Associação Catarinense de Tecnologia (Acate)