O clima do “nós contra eles” cada vez mais forte nesta reta final de campanha abafa a falta de propostas concretas para tirar o país da crise econômica e deixa uma dúvida no ar: quem terá capacidade de diálogo com o Congresso?
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Mergulhados em contradições quando o assunto é política econômica, os candidatos que lideram as pesquisas driblam questões como o déficit público e a limitadíssima capacidade de investimento. A menos de 15 dias das eleições, a discussão deveria estar concentrada em modelos claros de retomada do crescimento, prioridades para o orçamento e como o presidente pretende se relacionar com o lobby das corporações. Assim que assumir, o novo inquilino do Planalto terá que encaminhar ao Congresso propostas de reformas, começando pela Previdência. É isso que precisa ficar claro. O resto é cortina de fumaça para distrair o eleitor do que realmente importa.
Ingratidão
O nome do presidente Michel Temer desapareceu das campanhas de políticos catarinenses que, meses atrás, viviam dentro do Palácio do Planalto, batalhando pela liberação de emendas. O movimento no Palácio, aliás, nunca esteve tão em baixa.
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Nada decorativo
Vice na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), o general Hamilton Mourão afirmou à coluna que, se chegar ao Palácio do Jaburu, não terá papel decorativo e poderá também assumir outro ministério. Ele, no entanto, jura que não faz questão de ficar com a pasta da Defesa. Está na mira área ligada à infraestrutura.
Exemplo
Infidelidades partidárias já renderam duas expulsões em Santa Catarina: o PSB mandou embora o prefeito de Chapecó, Luciano Buligon, que declarou apoio a Jair Bolsonaro (PSL). O PSDB expulsou o prefeito de Rio do Sul, José Thomé, que contrariou decisão de apoiar o emedebista Mauro Mariani na disputa ao governo do Estado. Thomé está ao lado do nome do PSD, Gelson Merisio. No Rio Grande do Sul, Estado vizinho, as infidelidades também correm soltas, mas sem punições.
Frase:
– “Escrevi uma carta aos eleitores e eleitoras, não aos candidatos ou aos partidos. Há meses repito ser necessário um ‘centro popular e progressista’. Parece que na conjuntura água mole não racha pedra dura” – Ex-presidente Fernando Henrique Cardozo, explicando mais uma vez a carta em que defende um acordo para fortalecer um nome de centro como terceira via.
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