Esperei por exames por mais de um ano. E pela cirurgia, idem. Agora, com o coração renovado e remédios trocados pelos cardiologistas, faltam todos em oito postos de saúde. Tratamento contínuo? Como, se não ha remédios nos postinhos? Sabe o que me responderam? Que os fornecedores deram um cano na Prefeitura.

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E os laboratórios vencedores das licitações não conseguiram produzi-los nem entregá-los. Inadmissível. E assim como eu – que estou comprando nas farmácias populares – há milhares de cardiopatas aguardando tais remédios. Desde o infarto agudo do miocárdio sofrido em abril de 2011, a situação profissional declinou vertiginosamente. Nesse período, fiquei mais de seis meses esperando meus exames, retorno e perícia.

Junto ao INSS, a médica indeferiu. Junto ao Regional, exames pré-cirúrgicos foram concluídos somente em agosto de 2013. Finalmente, em setembro, fiz a cirurgia cardíaca no Regional Hans Dieter Schmidt. Após 32 anos atuando como jornalista, me vejo a ponto de recorrer aos amigos.

Aguardo ansiosamente uma ação impetrada na Justiça. Enquanto não sair uma nova perícia junto ao INSS e definido o valor desta ação, precisamos continuar com o tratamento contínuo. Já antes mesmo da cirurgia, havia dificuldade em se obter remédios nos postos de saúde. Não é mendicância, compaixão, pena ou dó. É um direito de cidadão contribuinte e constitucional para todo doente trabalhador.

A resposta é sempre a mesma. Atendentes estressadas, farmacêuticas arrogantes e sisudas com o mesmo discurso: não tem e não há previsão de reposição. Agora, pós-operação, o martírio continua, sem os medicamentos receitados pelo cardiologista. E pedi-los não macula nem depõe contra meu caráter.

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