Existem pratas e pratas. Umas medalhas deste porte podem até serem lamentadas. Foi o caso do futebol. Outras são comemoradas, e esta foi a realidade do vôlei masculino. Num ano em que os resultados não foram os normalmente fantásticos para nossos meninos, eles mostraram sua força olímpica chegando até a final e fazendo uma partida de respeito contra a Rússia. Chegaram a ter match points, mas não resistiram, perdendo de 3 a 2.
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O Earls Court, local onde nosso vôlei brilhou em Londres, bem que poderia se chamar Maracanãzinho, ou Mineirinho, ou qualquer outro grande palco do vôlei nacional. Porque 60% da torcida que lotava os mais de 20 mil assentos eram favoráveis ao Brasil. E fez muito barulho, o tempo todo, deixando o clima no ginásio mais elétrico do que o time em quadra. Os esforçados torcedores russos tentavam gritar mais alto e nos dois sets que venceram, até conseguiram fazer mais festa que os brasileiros.
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Neste clima, o Brasil correspondeu no início, já os russos acusaram o golpe nos dois primeiros sets. Na largada, um 25 a 19 soberano, totalmente controlado, com variações de jogadas em tal ritmo que os russos não conseguiram reagir em nenhum momento.
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O segundo set não seguiu o mesmo roteiro, porque foi um pouco mais equilibrado. Exigiu até de Bernardinho um pedido de tempo, quando o jogo ficou 16 a 14, porque os russos cresciam em quadra. O tempo fez bem, o Brasil reagiu, abriu para 19 a 15 e voltou a comandar o placar com relativa folga. Os jogadores, muito focados, comemoravam os pontos com bastante empolgação até fechar o set em 25 a 20.
No terceiro set, veio a dificuldade que faltou enfrentar antes. Os russos começaram firmes e complicando a vida dos brasileiros num um insistente rali de pontos que durou até o 7 a 7 e obrigou Bernardinho a pedir tempo no momento em que os russos passaram à frente com o oitavo ponto.
Novamente o papo com o treinador fez bem e o time brasileiro restabeleceu o comando do placar, mesmo que a diferença tenha se mantido mais apertada, entre um e três pontos no máximo. Mas o jogo se complicou e a Rússia reagiu, igualou o placar em 15 a 15. Depois o que se viu foi um emocionante rali até os russos estabelecerem 2 a 1 com um 29 a 27.
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O quarto set foi quando os brasileiros acusaram o golpe de ter tido dois match points e não ter conseguido fechar o jogo. A Rússia tomou as rédeas do espetáculo e comandou o jogo até fechar em 25 a 22.
Aí veio o sempre temido tie break. O clima no Earl?s Court ficou tenso. Era o tudo ou nada rumo ao ouro olímpico. E os russos começaram melhores, abrindo vantagem que chegou a estar em três pontos até que Bernardinho apelou para um tempo. Os russos voltaram melhores e ampliaram a vantagem para cinco pontos logo após a virada de quadra. E mantiveram o ritmo até fechar em 15 a 9.
Então, à maior torcida presente restou observar a festa russa com respeito pelo poder de recuperação que os russos apresentaram e aplaudir o esforço dos brasileiros.
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