O diario.com.br adianta o editorial que os jornais do Grupo RBS publicarão no próximo domingo para que os leitores possam manifestar concordância ou discordância em relação aos argumentos apresentados.

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VESTIBULAR DE CIDADANIA

O atual impasse em torno do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) é emblemático para os brasileiros por reunir num mesmo episódio fatores que entravam ou dificultam o desenvolvimento do país: a ineficiência do Estado, as resistências setoriais às mudanças, a má qualidade da educação e a cultura da trapaça, esta manifestada pelos estudantes que tentaram burlar as provas utilizando recursos eletrônicos de comunicação. Considerando-se tais aspectos, o Brasil está sendo submetido neste final de 2010, marcado também pela troca de comando na administração federal e na maioria dos Estados, a um verdadeiro vestibular de cidadania. Estamos diante de um problema real e precisamos fazer nossa múltipla escolha:

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A) Anular tudo o que foi feito até agora e acabar com o Enem, desconsiderando o empenho de todos os envolvidos na organização de uma prova nacional de avaliação do Ensino Médio e o desgaste físico e emocional dos estudantes que se submeteram aos testes;

B) Reconhecer os erros, corrigi-los com determinação, dar nova oportunidade a todos os prejudicados e aperfeiçoar o Enem para que funcione efetivamente como instrumento de qualificação do ensino e de democratização no acesso às universidades públicas;

C) Apenas criticar de forma implacável a ineficiência do Ministério da Educação e do Inep, que não aprenderam a lição do ano passado quando a prova precisou ser anulada por vazamento de questões, voltando agora a repetir falhas típicas de uma burocracia estatal pouco responsável;

D) Improvisar outra alternativa de vestibular para 36 instituições de Ensino Superior que aceitaram a sugestão do MEC para utilizar exclusivamente o Enem como forma de seleção de candidatos, frustrando os quase 50 mil estudantes que ingressariam na universidade desta maneira;

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E) Apoiar a estratégia do “quanto pior melhor”, empregada por autoridades e políticos que, por diversas motivações, buscam apenas obstaculizar soluções, sem apresentar saídas viáveis para o impasse.

Entendemos que a alternativa mais adequada é a B – de Brasil.