Onze trabalhadores entraram com ações trabalhistas e danos morais contra a Madepar Indústria e Comércio de Madeiras LTDA, localizada em Lages, e a Brasdoor Agroflorestal Importadora e Exportadora Ltda, de Vacaria. Eles alegam que estavam trabalhando em estado precário e análogo a escravo em plantações de pinus. No dia em que a fiscalização esteve no local, apenas oito estavam no alojamento.
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Em julho do ano passado, oito desses operários foram encontrados trabalhando em condições análogas a escrava, no interior de Vacaria, RS. Segundo o advogado Edson Ronconi, que trabalha em defesa dos trabalhadores, eles se encontravam acampados às margens do Rio Socorro, próximo à BR-116.
– Eles estavam alojados em barracas cobertas por lonas e de chão batido, sem condição alguma de higiene e segurança. Sem banheiro e tendo que usar água do rio para cozinhar, beber e tomar banho -, disse o advogado.
Quatro audiências já aconteceram, mas não houve conciliação entre as partes. Uma nova audiência está marcada para dia 26 de março para finalizar os processos. Os outros sete processos devem ter a primeira audiência nos dias 14 e 15 de março.
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Empresas não negam dano moral
Os trabalhadores foram resgatados do alojamento pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Vacaria com o auxílio do Ministério do Trabalho e Emprego (TEM) do RS.
Ronconi afirma que as empresas não negaram o dano moral, mas não concordam com o período, que alegam ter sido de apenas 27 dias. Já os trabalhadores afirmam que estavam há um ano e quatro meses vivendo naquela situação.
A advogada da Madepar, Janaína Ferri Maines, afirma que a empresa não tem nenhum vínculo com esses funcionários, pois realizou a cessão de direitos e obrigações do terreno onde eles trabalhavam ainda no ano de 2008, dessa forma a empresa não tem mais qualquer participação ou responsabilidade sobre o terreno.
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– O expediente investigatório está sendo arquivado em relação a empresa Madepar, por não haver vínculo entre a empresa e esses fatos -, disse a advogada.
Conforme Maines, a Brasdoor que contratou uma terceira empresa, que era a responsável pelos operários. A advogada, que também atende a Brasdoor, disse que não tem permissão para falar em nome da empresa.