Atingido na cabeça por um vergalhão de dois metros de comprimento na tarde de quinta-feira, o operário Eduardo Leite, 24 anos, recupera-se de cirurgia realizada no Hospital Miguel Couto.
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Em entrevista ao Jornal Hoje, da Globo, o médico Luiz Essinger, diretor geral do hospital no qual o operário está internado, afirmou que foi um milagre o paciente chegar ao hospital com vida, e permanecer com todos os movimentos após a retirada do objeto.
– O cérebro é uma área totalmente desconhecida para o ser humano. Às vezes uma lesão pequena, um pequeno coágulo numa área, o paciente entra em coma e fica paralítico para o resto da vida, e às vezes uma lesão grande como essa leva o paciente a não ter sequela nenhuma – afirmou Essinger.
Mais cedo, no Bom Dia Brasil, jornal matinal da mesma emissora, Rui Monteiro, chefe de Neurocirurgia do Hospital Miguel Couto, afirmou que o vergalhão atravessou uma área do cérebro onde não há funções perceptíveis externamente.
– Podem existir sequelas, mas isso só vai poder ser observado daqui uns dois, três meses, após a recuperação total dele com uma testagem neuropsicológica mais detalhada, onde vamos poder observar as funções menos claras, como raciocínio, cálculo, que num exame imediato é difícil da gente realizar – explicou Monteiro.
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Segundo a reportagem do Jornal Hoje, os médicos não identificaram sequelas no rapaz, que deve ficar na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) no final de semana. Leite tem a memória e a fala preservadas, e respira sem ajuda de aparelhos.
Como aconteceu
O operário estava agachado, no térreo, quando o pedaço de ferro caiu do quinto andar do prédio, perfurou seu capacete, entrou pela parte superior da cabeça e saiu pela região entre os olhos.
O rapaz sobreviveu e foi socorrido por bombeiros, que cortaram uma parte do vergalhão na hora e o levaram ao Hospital Miguel Couto, na Gávea (zona sul), ainda com meio metro do ferro cravado na cabeça. Ele chegou consciente e falando, foi operado durante cinco horas por três médicos e está internado no Centro de Tratamento Intensivo. Se a evolução ocorrer como previsto, ele receberá alta em uma semana.