A suspeita de lavagem de dinheiro por meio do jogo do bicho é alvo de uma megaoperação deflagrada pela Polícia Civil de Santa Catarina na manhã desta terça-feira (11). Ao menos 32 mandados de busca e apreensão são cumpridos em quatro municípios da Grande Florianópolis, além do sequestro de 17 empresas, imóveis e veículos.
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Conforme as investigações, que iniciaram em 2018, os suspeitos teriam montado um esquema utilizando pessoas jurídicas para a prática de uma tipologia denominada mescla. Entre as atuações do grupo estavam em duas centrais de mototaxis e motoboys, além de um restaurante e na importação de vinhos. Também foram utilizados laranjas e a dissimulação de distribuição de lucros das empresas investigadas.
Ex-vereadora volta a ser alvo de operação em SC contra lavagem de dinheiro
Outra suspeita, segundo a polícia, é que os investigados chegaram a simular um divórcio para blindar o patrimônio adquirido com a exploração do jogo do bicho.
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Fraudes em contratos de até R$ 30 milhões são alvos da polícia em quatro cidades de SC
Ainda de acordo com a investigação, a maioria dos suspeitos já teria sido denunciado durante a “Operação Zoológico”, também com foco em coibir a prática. Porém, eles não teriam cessado os crimes e, conforme a polícia, se reestruturaram para manter a exploração do jogo de azar e ocultar os valores adquiridos.
O objetivo da operação desta terça-feira é buscar provas, além de sufocar financeiramente a atividade criminosa com a apreensão e indisponibilidade de ativos, identificados a partir da análise de documentos e demais materiais apreendidos.
— O que se verificou foi uma reestruturação do grupo. Porém, os protagonistas da investigação são os mesmos de 2017. O que mudou foram algumas pessoas jurídicas e laranjas, que foram identificadas nesta segunda fase — pontua o delegado Jeferson Alessandro Prado Costa.
Confira:
Batizada de Operação Zoológico 2, a ação cumpre 32 mandados de busca e apreensão em quatro cidades da Grande Florianópolis: Florianópolis, São José, Palhoça, Governador Celso Ramos e Santo Amaro da Imperatriz. Também há o sequestro de 17 empresas, 32 imóveis e 38 veículos, além de ativos financeiros.
Entre as apreensões estão dinheiro, veículos, documentos e máquinas de jogos, além de um cofre. Uma pessoa chegou a ser presa durante a operação por posse ilegal de arma de fogo.
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As investigações agora continuam com base nos materiais apreendidos. Os suspeitos devem responder pelos crimes de organização criminosa ou associação criminosa, além de lavagem de dinheiro.
A operação é coordenada pela Delegacia de Investigação à Lavagem de Dinheiro (DLAV) e conta com apoio de integrantes da DEIC, que prestaram apoio operacional a CORE, GEPLA, DIPC, GETIN, SIC Itajaí, DIC Blumenau, DIC Balneário Camboriú e DECOR (Capital, Joinville e Tubarão).

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