Agentes da Polícia Militar Ambiental e do Corpo de Bombeiros prosseguem com a operação que começou na tarde desta terça-feira para conter o incêndio florestal que atinge uma área de 20 mil metros quadrados do Parque Estadual do Rio Vermelho, no Norte da Ilha de Santa Catarina.

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Em um trabalho braçal e árduo, cerca de 15 policiais ambientais usam abafadores – espécie de vassourão com pontas de borracha – para apagar o fogo. Já os bombeiros, são responsáveis por refrescar e molhar a área afetada com as mangueiras, para que o calor intenso e o vento não causem novos focos de incêndio. O helicóptero Águia, da Polícia Militar, também participou da operação na manhã desta quarta-feira.

Foto: Diorgenes Pandini / Agência RBS

O trabalho teve início na tarde de terça-feira, com uma pausa durante a madrugada, já que o fogo chegou a ser controlado, mas retornou na manhã desta quarta-feira. A expectativa da primeira tenente da Polícia Ambiental, Tatiana Simões, é conter todos os focos de incêndio ainda nesta quarta-feira.

— Se a população não colaborar, vai ser assim o inverno todo. As pessoas colocam velas e jogam bituca de cigarro, com essa estiagem, a vegetação está muito seca, principalmente nessa área de pinus, que não é uma vegetação nativa daqui e pega fogo muito fácil. No momento, estamos com duas linhas de fogo, conseguimos abafar uma e agora os bombeiros vão atuar na área para que ele não retorne — explicou a tenente no começo da tarde desta quarta-feira.

(Foto: Diorgenes Pandini / Agência RBS)

O helicóptero Águia atuou no combate as chamas realizando pelo menos 10 viagens para reabastecer, cada vez cerca de 500 litros retirados da Lagoa da Conceição. Além disso, nesta manhã dois caminhões, um com 5 mil litros e outro com 12 mil, ajudam na operação.

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Segundo a tenente Tatiana Simões, na terça-feira apenas o helicóptero auxiliou no controle das chamas. Mas, nesta quarta, o trabalho por terra tende a ser mais eficiente, porque boa parte da água despejada pelo helicóptero era retida na copa das árvores.

A tenente explica que no solo há uma camada de vegetação seca com cerca de 50 centímetros de altura, que continua em brasa mesmo após a chama ser eliminada, o que dificulta o trabalho dos agentes e pode causar novos incêndios.

(Foto: Diorgenes Pandini / Agência RBS)

O foco do incêndio começou por volta das 14h desta terça-feira, na beira da estrada, na altura do km 12 da Rodovia João Gualberto Soares. Daniel de Araújo Costa, chefe do Parque, afirma que o fogo foi causado por um ritual religioso com o uso de vela.

Foco de incêndio no Parque Estadual do Rio Vermelho começou a partir de vela presente em ritual religioso
Foco de incêndio no Parque Estadual do Rio Vermelho começou a partir de vela presente em ritual religioso (Foto: Divulgação / Divulgação)

Praia do Moçambique também tem focos

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Enquanto trabalhavam para conter o fogo no Rio Vermelho, a Polícia Ambiental recebeu um novo chamado de incêndio na Praia do Moçambique, por volta das 12h. O fogo se alastrava rapidamente pelo local e havia muita fumaça, impedindo o sobrevoo do helicóptero Águia. Por volta das 13h, uma equipe de policiais se deslocou para o local para conter as chamas.

Fogo atinge também vegetação na Praia do Moçambique, ao lado do Parque Estadual do Rio Vermelho
Fogo atinge também vegetação na Praia do Moçambique, ao lado do Parque Estadual do Rio Vermelho (Foto: Simone Feldmann / Agência RBS)

O tempo segue seco nesta quinta-feira em todas as regiões do Estado, o que faz com que o número de focos de incêndio aumentem a cada dia. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), desde o começo do mês já foram detectados 290 focos em Santa Catarina, 24 deles apenas na última terça-feira. O Estado segue com previsão de risco de fogo durante essa semana, segundo o Inpe.

(Foto: Simone Feldmann / Agência RBS)