A Polícia Civil apreendeu R$ 202 mil em uma operação denominada Soldo Inflado, que investiga pagamentos irregulares de horas extras a funcionários do Samae de Blumenau. Nesta quinta-feira (10), quatro mandados de busca e apreensão foram cumpridos nos endereços dos suspeitos de envolvimento no esquema.
Continua depois da publicidade
> Receba todas as notícias do Santa no seu WhatsApp
A investigação começou no final de maio, com a instauração de um inquérito civil do Ministério Público. Apurou-se que os servidores teriam recebido horas extras e de sobreaviso no primeiro semestre deste ano, em um período em que, em geral, por conta da pandemia, parte dos trabalhadores estava em home office.
Conforme o delegado Lucas de Almeida, a suspeita é que parte dos valores servia para subsidiar a campanha política de um ex-diretor da autarquia. Guto Reinert deixou o cargo neste ano para se candidatar a vereador. O delegado, no entanto, não detalhou o que o levou a suspeitar do financiamente ilegal.
“Investigou-se a notícia de que pagamentos do sobreaviso eram pagos em período acima do permitido legalmente, inclusive em meses de férias, e de que parte dos valores pagos a alguns funcionários eram dados a um ex-diretor para financiar ilegalmente a sua campanha eleitoral”, disse em nota.
Continua depois da publicidade
Almeira coordena a 4ª Delegacia Especializada no Combate à Corrupção de Blumenau. A ação teve apoio de policiais de Gaspar e da Deic. Além da quantia encontrada na residência do servidor de carreira, celulares foram apreendidos.
— As investigações continuam. Esses dispositivos serão periciados para identificar a complexidade desse fato e identificação das pessoas que estariam fazendo irregularidades nos registros das suas horas. Não houve prisão até este momento, mas outras medidas podem ser representadas futuramente — explicou Almeida.
Contraponto
A reportagem não conseguiu contatar Reinert. Os nomes dos demais abordados não foram divulgados, já que a investigação está em segredo de Justiça. Em nota, a prefeitura informou que a Controladoria Geral do Município e Transparência vai instaurar uma auditoria na autarquia.
“O processo visa avaliar se os procedimentos adotados estão em conformidade. Paralelamente, o presidente do Samae, Michael Schneider, informou que vai solicitar a abertura de uma sindicância para apurar os fatos. Vale ressaltar que o Samae possui autonomia administrativa e financeira para realização das atividades institucionais de saneamento básico”.
“Schneider também vai solicitar à Polícia Civil o inquérito instaurado para ter ciência dos detalhes da apuração, visando auxiliar na auditoria. Os servidores citados na operação serão afastados das funções até o fim das investigações”, finalizou.
Continua depois da publicidade