Uma operação deflagrada nesta quarta-feira, pelo Ministério Público Estadual e pela Controladoria-Geral da prefeitura de São Paulo, prendeu quatro funcionários municipais acusados de receber propina para liberar empreendimentos imobiliários.

Continua depois da publicidade

Há indícios da ação da organização criminosa pelo menos desde 2010, durante a gestão de Gilberto Kassab (PSD), causando um prejuízo de cerca de R$ 500 milhões aos cofres públicos.

Os presos são o ex-subsecretário municipal de Finanças, Rolilson Bezerra Rodrigues, o ex-diretor de arrecadação, Eduardo Horle Barcelos, e os auditores Carlos Augusto Di Lallo Leite do Amaral e Luis Alexandre Cardoso Magalhães. Eles ocupavam cargos de confiança na gestão Kassab e, embora tenham sido exonerados desses postos por Fernando Haddad, seguiam como servidores municipais.

As investigações, iniciadas há seis meses, mostram que o grupo recebia o dinheiro de construtoras para providenciar a guia de quitação do ISS. O documento é fundamental para que as empresas consigam o Habite-se de seus empreendimentos, sem o qual as obras não podem ser entregues. Sem ele também não é possível liberar a parcela final do financiamento das construções.

Para o prefeito Fernando Haddad (PT), esse é “um dos maiores escândalos já descobertos na cidade”. Além da prisão dos suspeitos, a Justiça decretou o congelamento de bens e a realização de busca e apreensão em ao menos cinco endereços nesta quarta. A suspeita contra os funcionários começou em março, quando a Controladoria do Município detectou que eles tinham patrimônio pessoal incompatível com a renda.

Continua depois da publicidade

Kassab (PSD) divulgou nota dizendo que desconhece a investigação em curso na Secretaria de Finanças, mas apoia a apuração dos fatos e defende punição exemplar dos envolvidos. Kassab garantiu que sempre encaminhou qualquer suspeita de irregularidade ao Ministério Público e à Corregedoria-Geral do município.

A prefeitura informou irá abrir processo administrativo disciplinar contra os quatro servidores presos e acusados de desvio de recursos públicos. Os funcionários eram de carreira da prefeitura e ocupavam cargos de confiança, porém três já estavam afastados.