Foi aceita parcialmente pela Justiça Federal a denúncia contra 13 investigados na operação Ouvidos Moucos, que apurou suposta fraude em contratos de fundações da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Entre os réus esta Mikhail Vieira de Lorenzi Cancellier, filho do ex-reitor da UFSC Luiz Carlos Cancellier de Olivo, e o atual Secretário de Educação de Florianópolis, Maurício Fernandes Pereira, ambos acusados de peculato. A ação da Polícia Federal ocorreu ainda em 2017.

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O despacho foi assinado nesta terça-feira (17) pela juíza da 1ª Vara Criminal Federal de Florianópolis, Janaina Cassol Machado, que desconsiderou na denúncia o crime de lavagem de dinheiro, mas considerou os crimes funcionais de peculato e concussão – exigir vantagem ilícita usando da função. 

A Polícia Federal havia indiciado 23 pessoas, inicialmente, em um inquérito com 817 páginas. O Ministério Público Federal entendeu, por sua vez, que dos 23 indiciados, 13 deles cometeram crimes para responderem ao processo.

Segundo a PF, parte dos indiciados teria destinado verbas de bolsas para complementar os próprios salários ou para terceiros, supostamente sem a prestação dos devidos serviços. A investigação revelou que fundações de apoio teriam contratado serviços de forma irregular, com dinheiro público.

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Contrapontos

A reportagem tentou contato com a defesa de Mikhail Vieira de Lorenzi Cancellier, mas não obteve retorno.

Na noite desta terça (17), o secretário de Saúde de Florianópolis disse que ainda não tinha conhecimento do teor da decisão. Afirmou, no entanto, que agora terá a oportunidade de se defender. “Tenho certeza que não cometi nenhuma irregularidade e a verdade vira à tona no processo. Acredito integralmente na Justiça”, afirmou à reportagem.

Nesta quarta-feira, a UFSC emitiu uma nota dizendo que “tomou ciência, com indignação, da notícia sobre o recebimento de denúncia contra os 13 membros de sua comunidade” e que “externa total apoio e solidariedade aos servidores que já sofreram abuso de autoridade e aguardam há 1.158 dias a oportunidade de se defenderem juridicamente. Todos são inocentes até prova em contrário”. disse.

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