A Justiça aceitou a denúncia contra dois dos sete joinvilenses, presos em outubro de 2011, pela Operação Mercúrio. A decisão foi da juíza federal Sandra Regina Soares, que analisou o documento em dezembro. Apenas Anderson Hickman e Ivan Aparecido Alves continuam presos preventivamente entre os joinvilenses.
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Mesmo considerando que interceptações telefônicas e relatórios “sinalizassem atuação criminosa” de outros três homens e uma mulher presos em Joinville, a juíza argumentou que não havia indícios do envolvimento dos quatro. Assim, ela determinou a libertação dos três joinvilenses – a mulher já respondia em liberdade.
Outra joinvilense denunciada, que também respondia em liberdade, se viu livre das acusações porque a juíza entendeu que ela não estaria relacionada ao grupo apenas por ser companheira de um suspeito.
A operação, que determinou a prisão de quase 40 pessoas suspeitas de envolvimento com uma quadrilha paranaense especializada em arrombar caixas eletrônicos, deve terminar com a maioria dos suspeitos livres das acusações.
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Batizada de Operação Mercúrio pela Polícia Federal, a investigação começou com a apuração de crimes envolvendo roubos de veículos, assaltos, sequestro, homicídios, tráfico internacional de drogas e contrabando de armas, além de 13 ações contra terminais eletrônicos em Curitiba.
Após as prisões, o Ministério Público Federal levantou os delitos supostamente cometidos e denunciou 51 pessoas por crimes de roubo tentado e consumado, latrocínio tentado e formação de quadrilha.
Suspeitos que não foram encontrados no dia das prisões também foram listados na denúncia. Ao ter acesso ao processo mantido em segredo de Justiça, “A Notícia” apurou que a maioria das acusações não teve respaldo legal para que os denunciados continuassem detidos. A falta de ligação com crimes de alçada federal garantiu a libertação de acusados detidos no Paraná. Apenas 18 continuam presos no Estado vizinho.
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A juíza autorizou a Polícia Federal a compartilhar informações com órgãos de investigação estaduais, que podem processar crimes fora da esfera federal.
Advogados consideram denúncia falha
O advogado Alexandre de Jesus Ferreira, representante de Anderson Hickman, diz que não existem provas contra o acusado. Segundo ele, as investigações partiram de interceptações telefônicas para a apuração de outros crimes sem conexão com Anderson.
– A juíza aceitou a denúncia contra ele mencionando fragilidade nas provas.
O advogado ajuizou um pedido de liberdade provisória, que ainda não foi analisado pela Justiça Federal.
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A advogada Patrícia Lussani, que representa Ivan Aparecido Alves, afirma ter convicção da inocência dele. Ela diz que a denúncia aponta Ivan como um dos líderes da suposta quadrilha sem descrever a participação dele no grupo.
– A acusação é equivocada. Se não há provas concretas contra ele, como podem apontá-lo como líder?.
Ela deve formular pedido de revogação da prisão preventiva.