A Justiça aceitou a denúncia contra o último dos 16 prefeitos presos preventivamente na Operação Mensageiro que ainda não havia tido o caso analisado. Em decisão confirmada nesta quinta-feira (24) na 5ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, o prefeito Luiz Shimoguiri (PSD), de Três Barras, no Norte do Estado, teve a acusação aceita e se tornou réu em mais um processo no âmbito da investigação.
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Com isso, a Justiça fecha o ciclo dos 16 prefeitos presos na Operação Mensageiro. Todos tiveram a denúncia aceita e se tornaram réus em processos sobre o caso. Após a aceitação da denúncia, o processo tem início, com etapas como produção de provas, audiências e depoimentos de testemunhas e dos investigados. No caso da Mensageiro, há um processo separado para cada cidade em que as supostas fraudes apuradas teriam ocorrido. Cada ação costuma incluir o prefeito investigado, eventuais secretários e os membros da empresa pivô da operação.
Como mostrou o NSC Total, 10 prefeitos já renunciaram ou perderam o cargo no decorrer da investigação. Por conta disso, os processos contra eles foram ou estão sendo remetidos para o primeiro grau, para ser analisado pelas comarcas locais. Nos casos em que os gestores seguiram no cargo mesmo presos, os processos são analisados pelo Tribunal de Justiça.
Luiz Shimoguiri (PSD) foi preso na quarta fase da Operação Mensageiro, em abril deste ano. Segundo a investigação, ele teria recebido R$ 805 mil em pagamento de propina da empresa Serrana Engenharia, pivô da Mensageiro. A decisão desta quinta, de aceitação da denúncia, também determinou que ele deve permanecer preso prevantivamente.
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Contraponto
A reportagem procurou a defesa do prefeito, mas não conseguiu contato até a última atualização desta publicação.
Entenda a Operação Mensageiro
A Operação Mensageiro apura um suposto esquema de pagamento de propina a prefeitos e outros agentes públicos em troca de vantagens em contratos de coleta de lixo em cidades de SC. O Ministério Público descreve o caso como possivelmente o “maior escândalo de corrupção de Santa Catarina”.
A operação já prendeu preventivamente 16 prefeitos de cidades de SC. Imagens dos investigadores flagraram encontros entre um empresário apontado como o responsável por entregar dinheiro a agentes públicos e secretários de municípios. Segundo a investigação, o esquema teria movimentado até R$ 100 milhões em propina e gerado lucro indevido à empresa pivô do escândalo de mais de R$ 400 milhões.
Prefeitos presos na Mensageiro que deixaram cargo
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