Uma ação conjunta entre o Ministério Público e a Polícia Militar Ambiental busca identificar áreas de desmatamento de Mata Atlântica em Santa Catarina e em outros 16 estados do país. A operação, chamada de Mata Atlântica em Pé, foi deflagrada nesta segunda-feira (21) e deve seguir pelo menos até esta sexta (25). A intenção é identificar áreas devastadas ilegalmente ao longo do bioma e responsabilizar os infratores.
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Em Santa Catarina, conforme a PM Ambiental, a estimativa é de que as multas contra os infratores ultrapassem a cifra de R$ 1 milhão. A fiscalização ocorre a partir de alertas de desmatamento. Em Santa Catarina, são 162 alertas, totalizando uma área de aproximadamente 642 hectares, equivalentes a 899 campos de futebol.
Numa das ações da operação, realizada na região Serrana, foram apreendidas 23 toras de araucária, árvore que consta na lista de ameaçadas de extinção.
Ainda segundo a PM Ambiental, houve um aumento no número de alertas de desmatamento em Santa Catarina em 2020 em relação ao ano passado. Conforme a polícia, a utilização de novas tecnologias de controle é uma das explicações para esse aumento.
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De acordo com o Ministério Público do Paraná, que coordena as ações, esta é a quarta fase da operação Mata Atlântica em Pé. Em 2019, foram vistoriadas 559 áreas, com mais de 5,4 mil hectares desmatados sem autorização dos órgãos públicos, o que resultou na aplicação de R$ 25 milhões em multas.
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Além de Santa Catarina, as ações dessa fase ocorre em Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe.

A operação utiliza o Atlas da Mata Atlântica para identificar as áreas devastadas. O sistema é abastecido por imagens de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e organizado pela organização não-governamental SOS Mata Atlântica. Na operação deste ano, a ação também vai usar uma plataforma que compara a cobertura anual de mata na região.